Após vídeo de Felca, Bel para Meninas e outros canais do YouTube são removidos; entenda
Conteúdos violaram políticas de segurança infantil, diz plataforma; influenciadores reclamam e dizem que respeitavam regras
Após a repercussão do vídeo "Adultização", do youtuber Felipe Bressanim, o Felca, canais do YouTube foram removidos pela plataforma.
Entre eles, está o Bel para Meninas, de Isabel Peres, que foi citado no vídeo de Felca como um dos exemplos de exploração e comercialização da imagem de crianças e adolescentes. A jovem, hoje com 18 anos, faz vídeos desde 2012 e teve a conta encerrada no dia 20 de agosto por violar a política de segurança infantil do YouTube.
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Além dela, outros canais que violaram a mesma política também foram cancelados pela plataforma, como de João Caetano, Taspio e o casal conhecido como Paty e Dedé.
Pelas redes sociais, Bel chorou ao comentar a medida, convocou um protesto em frente ao escritório do YouTube nesta sexta-feira (29) com os seguidores e afirmou que foi injustiçada. No X, internautas comentaram que poucas pessoas compareceram ao protesto, e depois que Bel já tinha ido embora.
A plataforma afirmou que possui uma política de tolerância zero para comportamento predatório e que não é permitido postar conteúdo que envolva a sexualização de menores de 18 anos. A youtuber afirma não ter nenhum vídeo com conteúdo de sexualização.
Além disso, o canal de Francinete Peres, mãe de Bel, também foi deletado. No email em que comunica a medida, a empresa afirma que, após uma análise, encontrou violações graves ou recorrentes da política de spam, práticas enganosas ou golpes.
Em seu vídeo, Felca relembra que o caso já havia sido debatido nas redes sociais em 2020. "A busca pelo engajamento extrapolava a normalidade e surgiu um movimento de pessoas querendo proteger a Bel e derrubar o canal", diz em um trecho de "Adultização". "Esse foi um dos maiores casos que já rolaram na internet sobre esse assunto."
Mesmo que Bel tenha completado 18 anos, vídeos do período em que ela era criança com possíveis violações aos direitos de uso do YouTube podem ser removidos.
Em 2020, trechos de vídeos da jovem foram alvo de críticas, e internautas afirmaram que a jovem seria vítima de maus-tratos pela mãe, conhecida como Fran. Entre os conteúdos que mais chamaram atenção, estavam vídeos em que a mãe fazia a filha lamber uma mistura de bacalhau com leite, quebrar um ovo em sua cabeça ou dizer à menina que ela seria adotada.
Tanto Bel quanto sua mãe sempre rebateram as acusações. Após o vídeo de Felca, a jovem disse que a polêmica de 2020 foi uma fake news e repetiu que os pais tinham boas intenções e que estavam apenas atendendo um desejo dela de ser conhecida na internet.
Agora, em relação ao canal que foi deletado, ela diz que esses têm sido os piores dias de sua vida. "Eu estou em uma realidade em que eu estou perdendo tudo que é meu. Eu sou uma pessoa, eu tenhosentimentos, não mereço ser descartada sem ser ouvida", disse ela, acrescentando que costumava ser tratada como princesa pelo YouTube e que agora a plataforma não a recebe mais.
Procurada, a empresa afirma que, quando encerra um canal, envia um email em que descreve o motivo. Também reforça que canais podem ser encerrados por violações graves das diretrizes, o que implica perda de monetização e proibição de criar novos canais.
Criadores podem recorrer da decisão, em até um ano, quando o encerramento é motivado por violações das diretrizes ou por contranotificação ou negociação com o reclamante em casos de direitos autorais.

