Bailarina Izabelle dos Santos depende de financiamento para participar de projeto no Rio de Janeiro
O curso acontece no Rio de Janeiro em janeiro de 2020
“Podemos dizer que sou muito sonhadora, mas com pé no chão”, conta a jovem Izabelle dos Santos, de 15 anos, ao ser indagada sobre sua determinação na vida. Ela, que é pernambucana de Maranguape 1, no município de Paulista, pratica balé clássico há 11 anos, ainda aos quatro anos de idade, quando sua mãe levou para o caminho da arte. Hoje, Izabelle depende de um financiamento coletivo que já está online, no site Vakinha, para custear projeto de férias no Rio de Janeiro, na Cia Jovem Ballet do Rio de Janeiro.
Essa, aliás, não foi a primeira audição na qual Izabelle foi aprovada. No início do ano, ela foi convocada para curso de férias em uma companhia em Nova Iorque, mas ela e a família não conseguiram juntar a quantia necessária. "Me encantei pelo balé clássico. O primeiro contato para mim foi o que vi o que quero para minha vida. Foi como se tivesse achado minha cara metade”, contou a bailarina em entrevista à Folha de Pernambuco.
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Consciência negra: herança de orgulho e dor
Sempre determinada atrás dos seus sonhos, Izabelle contou com o incansável apoio de sua mãe, Jaciane dos Santos, que faz questão de acompanhar a trajetória da filha de perto, indo a quase todos os ensaios na Companhia de Balé Angela Botelho, em Boa Viagem, para onde precisam, mãe e filha, percorrer 25 quilômetros. "É o sonho dela. Essa menina corre atrás dos objetivos desde sempre. Não vai ser eu quem vai impedir a trajetória dela. A gente não cria o filho para a gente, e sim por mundo. Ela tem todo meu apoio. Eu digo: corra atrás”, explica Jaciane.
Angela Botelho, nome à frente da escola de balé, tem observado e aplaudido cada conquista da "cria da casa": “Izabelle é um exemplo de menina. Ela é super jovem e faz o que uma pessoa que quer ser bailarina profissional. Muita persistência e força de vontade. E ela busca sempre algo mais. Ela aspira algo muito maior. Ela é digna de toda admiração. Eu tenho muito orgulho dela”.
Mesmo com sua pouca idade, Izabelle já passou por quatro academias da Cidade. Escutou muitos nãos e passou por humilhações. A garota, no entanto, foca no seu sonho com serenidade e persistência, e mais: aposta, sobretudo, no seu talento. O fato da família ser humilde impede alguns acessos, mas não mina a força de vontade da bailarina. “Eu pego tudo como experiência. Se eu for competir, eu ganho, fico feliz. Perdendo, a mesma coisa. É conhecimento a mais, conhecer pessoas da área. Isso tudo é importante para mim. Balé é um estilo de vida. Eu posso me expressar e espairecer. Quando eu entro na sala parece que esqueço de tudo. E é isso que quero para mim”, sentencia.

