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CINEMA

Casa que foi cenário de "Ainda estou aqui" no Rio de Janeiro é posta à venda

Projeto de Eduardo Paes era transformar imóvel onde foi filmado 'Ainda estou aqui' na Casa do Cinema, mas a ideia patina

Casa na Urca utilizada para a gravação do filme Ainda Estou Aqui Casa na Urca utilizada para a gravação do filme Ainda Estou Aqui  - Foto: Reprodução/TV Globo

A casa que foi um dos cenários de “Ainda estou aqui”, longa que trouxe o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro para o Brasil, voltou a ser anunciada pelo mercado imobiliário. Seis meses atrás, o prefeito Eduardo Paes havia divulgado que o imóvel seria desapropriado para se tornar a Casa do Cinema Brasileiro.

Um decreto com a medida chegou a ser publicado em edição extra do Diário Oficial do Município em 3 de março. Como noticiou o jornal Extra na terça-feira, a mansão de 450 metros quadrados está à venda por R$ 18 milhões.

O corretor imobiliário Marcelo Dias, responsável pelo negócio, informou que o aumento de R$ 4 milhões no valor — antes do Oscar a casa era oferecida por quase R$ 14 milhões — se deve a custos de reforma e impostos.

— A prefeitura e os donos não entraram em acordo sobre o valor. O que sabemos até o momento é que eles estão desistindo da desapropriação. Os proprietários praticamente não estão tendo lucro em relação ao valor inicial, que era de R$ 14 milhões. Houve uma reforma grande e só de impostos vão pagar R$ 1,5 milhão — disse o corretor.

 

Sem informação oficial
O Globo procurou o secretário municipal de Cultura, Lucas Padilha, para saber se há chance de o endereço ainda se tornar a Casa do Cinema Brasileiro, mas a prefeitura informou que não comentaria o caso.

Em março deste ano, o prefeito anunciou que decidiu desapropriar o imóvel na Rua Roquete Pinto, na esquina com a Avenida João Luiz Alves, na Urca, Zona Sul da cidade, para transformá-lo na sede da RioFilme, empresa pública voltada para investimentos no setor audiovisual.

Em decreto publicado, a prefeitura informava que, após a desapropriação, reformaria o imóvel e abriria o andar térreo para visitação pública. Outras dependências tinham previsão de abrigar o órgão de fomento.

À época, Paes tentou convidar Fernanda Torres a embarcar na ideia da casa. A atriz, que enfrentou uma maratona de viagens para divulgar o filme, optou por descansar. Em março, mesmo assim, o prefeito tuitou:

“Faremos da casa onde foi gravado o filme um lugar de memória permanente da história de Eunice Paiva e sua família, da democracia e ainda uma homenagem às duas grandes mulheres que orgulham o Brasil e deram vida a ela — Fernanda Torres e Fernanda Montenegro. O público ainda poderá conhecer a história do Brasil no Oscar em exposições interativas. Ali também funcionará a nova sede da Rio Film Commission, estimulando mais produções do cinema brasileiro e premiações internacionais. E pra não deixar dúvidas: a Casa do Cinema Brasileiro vai estar pronta para receber a nossa primeira estatueta. Quem sabe ela não vem morar aqui? Nós vamos sorrir”, disse ele.

Eduardo Cavaliere, vice-prefeito, reiterou, em nota publicada no site da prefeitura:

— Vai ser a Casa do Cinema Brasileiro, onde o cinema do nosso país será preservado e estimulado.

O imóvel é uma construção de 1938, foi a locação principal do filme dirigido por Walter Salles e se tornou atração do bairro, reconhecida pelo Google Maps e indicada por guias turísticos.

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