Caso 'Diddy': jurado negro é dispensado por dar informações contraditórias sobre residência
Representantes de Sean Combs alegaram que a remoção reduziria a diversidade racial do júri; homem disse morar no Bronx e mais tarde afirmou ter se mudado para Nova Jersey
O juiz responsável pelo julgamento federal de Sean Combs dispensou um jurado, nesta segunda-feira, depois que o homem forneceu informações inconsistentes sobre onde mora, levantando preocupações de que ele estivesse tentando garantir um lugar no júri do caso de grande repercussão.
Os advogados de Combs reconheceram que o júri é diverso, mas se opuseram veementemente à remoção do jurado, argumentando que o afastamento do homem, que é negro, prejudicaria injustamente seu cliente. O jurado suplente que o substituirá é um homem branco.
Os promotores levantaram a questão na semana passada após o jurado, em uma conversa informal com um funcionário do tribunal, dizer que recentemente havia se mudado para morar com a namorada em Nova Jersey. Durante a seleção do júri, o jurado, que trabalha na contabilidade do Departamento de Correções de Nova York, havia dito que morava no Bronx com sua noiva. A promotoria afirmou que a inconsistência demonstrava uma preocupante “falta de franqueza”.
Leia também
• Glenn Close e Billy Porter integram elenco de ''Jogos Vorazes: Amanhecer na Colheita''
• Justiça dá prazo de três dias para Day McCarthy pagar R$ 500 mil a Gagliasso e Ewbank
• O que Kanye West, ou Ye, foi fazer no julgamento de Sean 'Diddy' Combs?
O juiz Arun Subramanian disse que, durante conversas com o homem — o Jurado nº 6 — em seu gabinete, as inconsistências sobre seu local de residência apenas se aprofundaram. O juiz afirmou que as explicações do jurado levantaram a preocupação de que ele estaria “maquiando respostas” para conseguir entrar no júri originalmente — e para permanecer nele depois que sua qualificação foi questionada.
“Não há nada que o jurado possa dizer neste momento que coloque o gênio de volta na garrafa”, disse o juiz nesta segunda-feira.
Combs, que enfrenta acusações de tráfico sexual e conspiração para extorsão, está entrando na sexta semana de seu julgamento no Tribunal Distrital Federal no sul de Manhattan. Ele se declarou inocente, e seus advogados afirmam que o caso se baseia em relações sexuais consensuais com namoradas de longo prazo.
Na semana passada, após os promotores levantarem preocupações sobre o jurado, um dos advogados de Combs acusou o governo de fazer um “esforço velado para dispensar um jurado negro”. O júri é racialmente diverso, mas a defesa observou que o Jurado nº 6 era um dos dois homens negros.
O juiz Subramanian rapidamente rejeitou a acusação, dizendo que não havia fundamento para ela.
“Para deixar absolutamente claro, desde o início deste processo até o presente momento, não há nenhuma evidência ou indício de qualquer conduta tendenciosa ou parcial por parte do governo”, afirmou o juiz.

