Como Jards virou Macalé? Infância em Ipanema explica apelido; entenda
Perna de pau, o menino ganhou a alcunha em 'homenagem' ao pior jogador do Botafogo
O cantor e compositor Jards Macalé, morto nesta segunda-feira (17), aos 82 anos, ganhou seu famoso apelido (que virou praticamente seu sobrenome) por ser perna de pau.
Nascido na Tijuca, na Zona Norte do Rio, ele se mudou ainda menino para Ipanema, na Zona Sul. Foi lá que passou a ser chamado de “Macalé”, uma “homenagem” ao pior jogador do Botafogo à época. O desempenho de Jards nas peladas disputadas na praia era bastante irregular.
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Ícone da contracultura, Macalé, estava internado em hospital na Barra da Tijuca, Zona Sudoeste do Rio, há um mês para tratar um enfisema pulmonar. Ele sofreu uma parada cardíaca. A morte foi confirmada pela família do compositor de “Mal secreto” e “Movimento dos barcos”.
Nascido em 3 de março de 1943, Jards Anet da Silva cresceu em uma família em que a música era uma atividade cotidiana. Quando criança, tinha na vizinhança grandes nomes do rádio, como Vicente Celestino e Gilda de Abreu. Em casa, valsas e modinhas eram frequentemente tocadas pela mãe, Lígia, ao piano, e pelo pai, que costumava empunhar seu acordeom durante as festas (que, aliás, não eram poucas).
Em 60 anos de carreira, Macalé fez um pouco de tudo, trafegando com desenvoltura pelas mais diversas áreas: música, cinema, televisão, teatro e artes plásticas. No cinema, por exemplo, atuou e fez trilha sonora em filme de Nelson Pereira dos Santos.
Multiartista, compôs para exibições de Helio Oiticica, Xico Chaves e Lygia Clark. Dirigiu Maria Bethânia e Gal Costa. Foi parceiro de Waly Salomão, Vinicius de Moraes e José Carlos Capinam. Produziu “Transa” (1972), obra-prima do período de Caetano Veloso no exílio, em Londres.

