Evento exibe a moda de Santa Cruz do Capibaribe
Segunda edição do Estilo Moda Pernambuco continua até sábado (7), com palestras, desfiles e rodadas de negócios
Quando nascemos, sem qualquer referência cultural, aprendemos os primeiros signos copiando. É assim que acontece com qualquer aprendizado na vida, até que se comece a elaborar uma identidade. Principalmente na indústria da moda. No Polo de Confecções do Agreste não é diferente.
"Aqui há vários núcleos criando moda, como cinco startups que desenvolvem desde estampas até vestuário. Caso da marca Ayo, que desenvolve produtos sofisticados, de ateliê, misturando referências africanas e nordestinas", exemplifica. O especialista também cita o coletivo Tab's, uma feira que engloba moda, decoração, gastronomia e teatro, e que é realizada em Santa Cruz do Capibaribe. "Vou chamar os representantes dessas iniciativas para falarem na palestra", avisa.
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Segmento em rápida e constante transformação, a moda já desbancou do pedestal os digital influencers, por exemplo. "São tanto os influenciadores que não há quem os siga. E aí aparece gente sem conteúdo, que banalizou tanto o discurso a ponto de se tornar vazio e perder valor. Mas o que virá depois?".
Um reflexo desse pensamento glamourizado e equivocado sobre a moda é a eterna mão de obra escassa, problema constante da indústria agrestina. "Não existe o profissional modelista. Todo mundo quer ser blogueiro, estilista, porque tem glamour. Ser profissional de moda não é ter bom gosto e gastar dinheiro com roupas", ensina Luiz Clério.
Mas foi em outro reality - não gravado - que Jorge adquiriu mais contatos e conhecimento. "No Senai Brasil Fashion, de 2014, selecionaram nove alunos e eu fui um deles. Cada grupo de três trabalhou com Alexandre Herchcovitch, Lino Vilaventura, e eu fui escolhido para trabalhar com Ronaldo Fraga", recorda.
Coleção O Caso da Torre, de Jorge Feitosa - Crédito: Danilo Grimaldi (Agência FOTOSITE)/ Divulgação
Dali surgiu a coleção "O Caso da Torre", inspirada na clássica pergunta: "qual a primeira imagem de moda que vem à sua cabeça?" Jorge, criado numa cidade em que quase todos os habitantes trabalhavam com confecção, inclusive seus pais e avós, se lembrou de uma torre de alta tensão que via quando criança e que lhe lembrava uma mulher gigantesca de vestido. Na época ele tinha 3 anos. Dessa referência saíram dramáticos vestidos brancos feitos com recortes e toques de vermelho.



