Festival explora o conceito do cinema underground
Evento exibe 20 filmes, desta quarta-feira (13) até o próximo sábado (16), no Edf. Texas
Na arte, o termo 'underground' se abre para vários entendimentos: obras feitas à margem, em geral por seus temas, conteúdos, experimentos de linguagem. A terceira edição do Festival Transterritorial de Cinema Underground reúne algumas dessas ideias, trazendo diferentes exemplos de filmes underground.
O evento é gratuito e ocorre desta quarta-feira (13) até o sábado (16), com 20 filmes, entre longas e curtas-metragens, que serão exibidos no Edf. Texas (Rua Rosário da Boa Vista, 163), às 18h.
"O festival é pautado pelo elogio à liberdade, mais do que pela linguagem. Mas também discute as formas de se fazer. Neste ano, a gente tem um direcionamento quase completo ao cinema brasileiro recente. Sobretudo o Recife. Trazemos a possibilidade de fazer cinema de várias formas", diz Pedro Maia, curador do evento.
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"Neste ano não houve convocatória. Foram todos convidados. Fiz os convites baseado no que eu vi ao longo dos últimos dois anos. Tenho viajado para festivais, então vou assistindo e conversando com que fez", detalha Pedro.
Hoje serão exibidos "Landscape", de Luiz Rosemberg Filho (RJ, 2017), e "Rosemberg: Cinema, Colagem e Afetos", de Cavi Borges e Christian Caselli (RJ, 2015). "Rosemberg é um mestre no cinema brasileiro, mas segue pouco falado, menos falado do que deveria ser", diz Pedro.
"Jovens Infelizes ou Um Homem Que Grita Não é Um Urso Que Dança", de Thiago B. Mendonça (SP, 2016), encerra o primeiro dia. "Fala sobre a juventude. É de um pessoal jovem de São Paulo, um cinema feito na tora, um bom cinema", ressalta.
Nesta terceira edição o evento volta com um perfil mais definido. "Em 2014 eu teria uma visão mais fechada do que é underground. Hoje tenho visão mais ampla. É algo subterrâneo, pouco visto. Pode ser underground no seu modo de produção, proposta formal, linguagem. Não precisa ser 'tosco', 'terror trash', mas isso faz parte", diz Pedro.
O evento ocorre depois de um hiato de dois anos. "Faltou tempo, dinheiro, coragem. O evento é feito por poucas pessoas. Feito com amadorismo, nos sentido de quem ama o que faz", ressalta.

