Identidade e fantasia se unem no impactante "Pecadores"
O filme arrecadou US$ 364,5 milhões nas bilheterias mundiais
Considerado pela crítica um dos melhores filmes de 2025 até agora, Pecadores entrou para o catálogo da plataforma Max - o longa do diretor Ryan Coogler já está disponível para compra e aluguel digital.
Coogler começou sua carreira com o excepcional Fruitvale Station, potente, memorável. Logo depois, rendeu-se aos blockbusters, variando em intensidade entre Creed, Pantera Negra e Wakanda para Sempre. Muitos passaram a duvidar do cineasta, mas Pecadores é uma excelente resposta.
O filme arrecadou US$ 364,5 milhões nas bilheterias mundiais. O elenco é encabeçado por Michael B. Jordan que, segundo a revista Variety, deve ser um dos indicados para a categoria de melhor ator do Oscar, ao lado de Wagner Moura, por O Agente Secreto, e George Clooney, por Jay Kelly. Também atuam no longa Saul Williams (Pisque Duas Vezes) e Tenaj L. Jackson (Ninguém Vai Te Salvar), além da participação da lenda do blues Buddy Guy.
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Risco
Pecadores acompanha dois irmãos gêmeos (interpretados por Jordan) que, após anos trabalhando para mafiosos em Chicago, retornam à sua pequena cidade no Mississippi para abrir uma casa de blues. Após recrutar amigos e músicos, eles se deparam com uma ameaça sobrenatural que coloca a vida da comunidade em risco
Tudo é material para Coogler criar e desenvolver seus personagens. Com quase 2h30 de duração, o longa-metragem vai cozinhando os personagens - e, claro, o espectador - para que tudo ali pareça familiar, compreensível. Quase nada é feito sem motivo, e a tensão na construção da narrativa é palpável.
O que abrilhanta Pecadores, e coloca o longa numa prateleira dos melhores de 2025 com alguma tranquilidade, é a decisão de Coogler de abraçar a fantasia. É difícil entrar em detalhes sem estragar a experiência de quem ainda vai assistir, mas o cineasta americano brinca com o gênero de terror, inserindo diabos e vampiros nesse contexto.
É justamente a partir dessas criaturas que o longa-metragem amplifica o discurso. O filme deixa de ser simplesmente sobre dois irmãos retornando para casa e passa a ser uma discussão interessante sobre racismo, pertencimento e até mesmo apropriação cultural. É um desabafo, uma crítica, uma declaração
Há outros assuntos que permeiam e tocam a narrativa, como a forma como a arte pode romper o véu do tempo - a cena em que Coogler exemplifica isso é particularmente brilhante, causando desconforto e maravilhamento em iguais medidas na sala de cinema É genial.

