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MÚSICA

Cantora e compositora Letícia Bastos lança EP com canções de Petrúcio Amorim

Em "Reflexos - Letícia canta Petrúcio", a artista confere uma roupagem pop a clássicos do "poeta do forró"

Letícia Bastos gravou quatro canções de Petrúcio Amorim em seu novo EPLetícia Bastos gravou quatro canções de Petrúcio Amorim em seu novo EP - Foto: Matheus Ribeiro/Folha de Pernambuco

Quem nunca cantou versos como “quem é você pra derramar meu munguzá?” ou “meu baião, coração, arranca essa dor do meu peito pra eu não chorar”?

Os versos do cantor, compositor - e refinado poeta - Petrúcio Amorim estão por aí, há pelo menos quatro décadas, sendo cantados, gravados, regravados, ganhando novas versões e conquistando novas gerações.

Entre os jovens artistas que estão descobrindo e reverenciando a obra do mestre está a cantora e compositora pernambucana Letícia Bastos, que lançou, no último dia 31 de julho, nas plataformas digitais, o EP “Reflexos - Letícia Canta Petrúcio”, onde registrou quatro canções de Petrúcio, dando-lhes uma roupagem pop.

No EP, estão apenas clássicos: Letícia regravou as canções “Anjo Querubim”, “Tareco e Mariola”, “Meu Cenário” e “Parte da Minha Vida”, faixa que abre o trabalho e que contou com a participação do próprio Petrúcio dividindo os vocais com a jovem cantora.

Do sertanejo ao forró
Letícia Bastos tem 27 anos de idade e já acumula dez anos de carreira artística. Deixou a faculdade de Engenharia pela metade e foi seguir na música. Em 2017, ela participou do programa "The Voice Brasil". De lá para cá, gravou dois EPs com canções de sua autoria e também lançou alguns singles.

Durante esses dez anos de carreira, Letícia enveredou por gêneros diversos, tendo uma passagem bastante marcada pelo sertanejo – ou “popnejo” –, estimulada especialmente nas fases durante e pós sua participação no "The Voice".

No atual momento, lançando o EP “Reflexos”, Letícia acredita que encontrou seu caminho, sua identidade na música. “Eu comecei cantando rock, depois eu comecei a cantar sertanejo, depois eu fui para o forró, depois, eu cheguei onde eu estou hoje”, diz a artista.

“É uma repaginada que eu quero dar, trazer um estilo que expresse melhor minha identidade como artista. Nesses 10 anos de carreira, naveguei por muitos estilos musicais. E hoje eu consigo identificar o que eu quero trazer para o mundo, a marca que eu quero deixar registrada, e ‘Reflexos’ é exatamente isso, são os reflexos da minha vida (...). Eu acho que eu posso dizer que metade das músicas [de Petrúcio Amorim] marcou minha vida em algum momento especial”, conta a artista.

Pop nordestino
Letícia define o som que ela faz hoje como “Pop nordestino” – nuance que está bem marcada na produção e novos arranjos que as músicas de Petrúcio ganharam em “Reflexos”. Ela chegou até essa denominação após um período de pausa, em 2024, ao refletir sobre sua trajetória.

“Eu queria entender o que eu poderia responder às pessoas quando elas me perguntassem o que é que eu canto. Eu não tinha um nome definido, porque o que eu gosto é de misturar as coisas. Gosto de pegar o forró e misturar com um violão mais melódico, que traga uma imagem mais pop (...). E aí eu criei o nome de ‘pop nordestino’, que é exatamente a fusão de vários estilos, mas, com aquela marca registrada que a gente tem do nosso Nordeste, a sanfona com zabumba, triângulo, com uma letra mais pop… trazendo essa força do Nordeste, dos nossos compositores, a nossa música”, reflete Letícia.

O resultado foi aprovado por Petrúcio:

“Eu sempre gostei dos jovens cantando. Isso é uma coisa que vai perpetuar a minha obra”, diz o poeta. “Essa turma nova tá espalhando, tá semeando, trazendo novos interessados pela música (...).E eu, como compositor, eu adoro, eu gosto, gosto que as pessoas deem uma nova roupagem, uma nova interpretação, que mudem o cenário a seu modo”, conclui Petrúcio.

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