Melhores discos nacionais de 2025... até agora
Com uma boa safra neste 1º semestre, música brasileira rendeu excelentes álbuns
O ano de 2025 vem mostrando que a produção fonográfica brasileira está a todo vapor, com excelentes discos sendo lançados no primeiro semestre. E a editoria Cultura + selecionou os melhores álbuns deste ano… até agora.
A lista completa (aqui, em ordem alfabética) dos 20 discos escolhidos está disponível no Portal da Folha de Pernambuco.
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“Afeto Radical”, Flaira Ferro
Com participações de Lenine e Elba Ramalho, "Afeto Radical" é o terceiro álbum da cantora, compositora e bailarina Flaira Ferro, gravado entre Recife e São Paulo, com produção de Guilherme Kastrup. Um disco que amplia as referências da sua música, agregando elementos eletrônicos, do rock e do pop aos ritmos populares nordestinos, que estão no seu DNA.
“AFIM”, Zé Ibarra
Em seu segundo álbum solo, o carioca Zé Ibarra (um dos quatro “Bala Desejo”) vai além da vibe intimista do antecessor, “Marquês, 256”, ampliando o leque de colaborações ao seu trabalho, ao gravar nomes como Maria Beraldo, Sophia Chablau, Tom Veloso, (parceiro da banda Dônica), Dora Morelenbaum e outros.
“AVIA”, Josyara
Com produção de Josyara e Rafael Ramos, “AVIA” é um álbum que reflete sobre o caminhar e o atravessar ciclos e é recheado de trocas e parcerias. A cantora, compositora e exímia violonista baiana traz para “AVIA” Pitty e Chico Chico, composições em parceria com Liniker, Juliana Linhares, Iara Rennó e releituras de canções de Anelis Assumpção e Cátia de França.
“Baile à la Baiana”, Seu Jorge
Com as colaborações dos soteropolitanos Peu Meurray e Magary Lord, Seu Jorge concebeu um disco que é pura celebração da música preta dançante brasileira: Bahia e Rio de Janeiro dão régua e compasso para a afinada mistura entre funk, soul, semba, chula e o que mais couber nesse baile "afropop".
“Cabeça a Mil e o Corpo Lento”, Alberto Continentino
Com um currículo invejável – já acompanhou nomes como Caetano Veloso, Adriana Calcanhotto, Milton Nascimento, etc – o contrabaixista Alberto Continentino lança seu terceiro álbum autoral, em que se cercou de vozes femininas para cantar suas composições, como Dora Morelenbaum, Ana Frango Elétrico, Gabriela Riley, Silvia Machete, Nina Becker, Leticia Pedrosa e Nina Miranda. lançando pitadas de bossa nova, rock setentista, soul, R&B, Continentino concebeu um disco robusto e elegante em arranjos e sofisticação.
“CARO Vapor II”, Don L
O rapper cearense lançou, em junho, seu álbum mais ambicioso: em “CARO Vapor II - qual forma de pagamento?”, Don L propõe uma nova estética para o rap brasileiro, exalta o Sul global e recorre às riquezas da cultura nacional para refletir sobre os custos de viver e sonhar em meio a um cenário social historicamente adverso.
“Coisas Naturais’’, Marina Sena
No novo álbum, Marina Sena mostra que seus hits grudam na cabeça do público por mérito. O timbre singular da mineira aposta na música pop (com batidas eletrônicas) encontrando canções românticas sobre desejo, paixão, obsessão e receio, mas sem deixar de lado a brasilidade de ritmos como funk, reggae, samba-rock, MPB e bossa nova.
“Corta Quebranto’’, Roça Nova
Com sonoridade marcante, os mineiros do Roça Nova apresentam o melhor do "caipigroove’’ no plural "Corta Quebranto’’, combinando o rock rural, a música caipira e os ritmos regionais (afrolatinos, baião, samba e jazz mineiro). O álbum inclui travessias para além das fronteiras de Minas Gerais, como na encantadora ‘’Caipora’’, ao lado da pernambucana Banda de Pau e Corda, e na cativante ‘’Gavião Cigano’’, com a colaboração do capixaba André Prando.
“Diamantes, Lágrimas e Rostos para Esquecer”, BK’
Em ‘’DLRE’’, o rapper carioca BK’ une diferentes gerações (e gêneros) da música brasileira. O artista incorpora samples de Djavan, Evinha, Fat Family, e entre outros artistas, nas letras de autocuidado e autoafirmação do disco. Ele também convida nomes contemporâneos como FYE, Luedji Luna e Pretinho da Serrinha, demonstrando a força colaborativa do hip hop.
“Divina Casca”, Rachel Reis
Chegando ao segundo álbum, a jovem cantora de Feira de Santana (BA) Rachel Reis imprime maior potência ao seu som, com maior presença das percussões baianas, mas, sem perder a pegada pop, se dividindo entre um repertório ora lírico, com letras falando de experiências pessoais, ora com um ar tropical, convidando o ouvinte à dança e ao balanço.
‘’Matriz Infinita do Sonho’’, Beto Viana
O álbum de estreia de Beto Viana valoriza as composições líricas e a criatividade do pernambucano. Cada faixa de ‘’Matriz Infinita do Sonho’’ é um convite a um universo particular do cantor, mas os elementos introspectivos e ritualísticos conseguem ser também coletivos. Com referências do candomblé, frevo, samba, indie experimental e rock progressivo, os destaques do disco são as canções ‘’Coração Preto’’, ‘’Yara do Mar’’ (com participação de Una) e ‘’Valsinha’’ (composta por Matheus Nachtergaele).
"MARAVILHOSAMENTE BEM", Julia Mestre
Em seu terceiro disco solo – ela também é (ou foi) integrante do Bala Desejo –, Julia Mestre radicaliza o seu flerte com a sonoridade pop oitentista, e clara influência de Rita Lee. No entanto, sua música não soa vintage ou como um mero pastiche. Versando sobre liberdade e desejo, Julia consegue trazer essa atmosfera para o tempo presente, com uma produção vigorosa, digna de um bom disco pop.
“Natural’’, Terraplana
A banda curitibana Terraplana é um dos expoentes do shoegaze no Brasil. Em ascensão desde ‘’Olhar Pra Trás’’ (2023), o grupo leva as guitarras distorcidas de Vinícius Lourenço e Cassiano Kruchelski ao encontro dos vocal etéreo de Stephani Heuczuk com mais clareza e convicção em ‘’Natural’’, criando verdadeiras atmosferas psicodélicas.
“Nenhuma Estrela’’, Terno Rei
"Nenhuma Estrela’’ é o melhor trabalho do quarteto paulistano. Com riffs de guitarra e arranjos de sintetizadores que causam arrepios, disco exibe amadurecimento e consolida o grupo como uma das maiores bandas do rock alternativo brasileiro - quiçá a melhor. A colaboração inédita dentro do disco trouxe Lô Borges, em ‘’Relógio’’, expandindo sonoridade para além do indie brasileiro.
“Novo Mundo”, Arnaldo Antunes
Após três anos excursionando com Vitor Araújo, em formato voz e piano, Arnaldo Antunes volta à sonoridade com banda em seu mais recente álbum, com produção de Pupillo. “Novo Mundo” tem participações de Vandal, David Byrne, Ana Frango Elétrico, Marisa Monte e faz uma crítica ao cenário distópico, de crises e desafios humanitários que vivemos hoje.
‘’O Mundo Dá Voltas’’, Baiana System
O quinto álbum de estúdio dos baianos é diferente de tudo que o grupo apresentou ao público até aqui. Baiana System integra ritmos latinos e caribenhos às suas raízes baianas em uma sonoridade mais otimista. ‘’O Mundo Dá Voltas’’ reúne participações de artistas como Anitta, Emicida, Gilberto Gil, Seu Jorge e Pitty.
“Quem Não Dá É Pirangueiro'', Mangroov
Os pernambucanos da Mangroov combinaram rock e frevo nas três faixas inéditas do EP ''Quem Não Dá É Pirangueiro'', evocando o calor (político) do Carnaval. Com influências do Manguebeat, tendo como referências Nação Zumbi, Sheik Tosado e Otto, banda se estabelece como um dos expoentes da música pernambucana.
“Quinhão”, Mosquito
Após dez anos de sua estreia, com “Ô Sorte” (2015), o carioca Mosquito traz nobreza e elegância ao gênero, em um disco que ataca de partido alto, samba de breque, samba de roda, gafieira e demais vertentes do samba, com produção de Pretinho da Serrinha.
“Sorriso Eu Gosto no Pagode Vol. 3 – Homenagem ao Fundo de Quintal’’, Sorriso Maroto
Um dos tributos mais bonitos do ano. Sorriso Maroto celebra legado do Fundo de Quintal em ‘’Sorriso Eu Gosto no Pagode Vol. 3’’, álbum gravado em Londres, na Inglaterra, no Abbey Road - estúdio eternizado pelos Beatles. Esse lançamento faz parte de uma série de homenagens do grupo aos artistas que influenciaram o pagode e samba.
“Y’’, Selvagens à Procura de Lei
“Y’’ representa a dualidade do rompimento da formação original da banda cearense. Após uma briga entre os integrantes, restando ao vocalista e guitarrista Gabriel Aragão a escolha de se juntar com Matheus Brasil, Jonas Rio e Plínio Câmara, apresentando uma sonoridade mais ‘’selvagem’’, carregada de letras viscerais e diretas, com um tom acima do esperado. As músicas ‘’Melhor Assim’’ e ‘’Gatilhos’’ são a prova de que a discórdia foi transformada em arte - agradecemos!

