Os melhores e piores da TV aberta em 2023
A tevê aberta, sempre sentenciada a um dia acabar, passou por novidades e adaptações aos novos tempos, permanecendo uma forte fonte de audiência
Muito se especula sobre o fim da tevê aberta ou o quão longe conseguirão ir os serviços de streaming. Mas é que, apesar do boom das plataformas on demand, a televisão linear e tradicional como conhecemos segue pautando boa parte do universo audiovisual. Mesmo com a já prevista queda nos índices de audiência, a televisão aberta ainda tem força e alcance nos recantos mais remotos do país. Repensando a forma de produzir conteúdo e reorganizando a estrutura e o elenco, as emissoras de televisão começaram a selecionar criteriosamente seus produtos e também seus contratados. A Dramaturgia, Linha de Shows e Jornalismo correm para não ficarem se atrasarem em relação aos avanços tecnológicos e aos novos hábitos de consumo de entretenimento. A tevê aberta, que muitas vezes é sentenciada ao fim por uma ala apocalíptica, está se tornando a grande régua para as gigantes plataformas de streaming.
Traço cultural da população brasileira, as novelas seguem como o grande produto da televisão aberta. Em 2023, a Globo iniciou o ano com as bem avaliadas “Vai na Fé” e “Amor Perfeito”. Porém, não conseguiram manter nem o padrão, nem a repercussão. Suas sucessoras, “Fuzuê” e “Elas por Elas”, não conseguiram manter os bons índices de audiência ao apostar em tramas cômicas e exageradas. Para 2024, o remake de “Renascer” tem a dura missão de elevar a audiência e resgatar o sucesso assim como ocorreu com a adaptação de “Pantanal”. A concorrência, no entanto, não virá do SBT, que segue firme e forte na dramaturgia infantil, e nem da Record, onde as tramas bíblicas continuam se multiplicando com as incontáveis temporadas de “Reis”. Gigantes do streaming prometem entrar no mercado das novelas com produções originais ano que vem. HBO Max prepara o lançamento da inédita “Beleza Fatal” e do remake de “Dona Beja”. Enquanto isso, a Netflix finaliza a trama de “Pedaço de Mim”, que será estrelada por Juliana Paes e Vladimir Brichta.
Em 2023, o jornalismo político e econômico seguiu com uma avalanche de acontecimentos e situações bizarras. No entanto, por mais que ainda existam uma pequena balbúrdia de extremistas, os profissionais reencontraram o caminho para um jornalismo mais seguro e sem o constante derramamento de ódio e violência dos anos recentes. A normalidade de um dia de trabalho foi algo bastante celebrado pelas redações de jornais e tevê Brasil afora. Já o jornalismo esportivo precisou se adaptar aos novos momentos. A saída de Galvão Bueno das transmissões oficiais da Globo, a reestruturação por equipes mais diversas e os destrinchados de direitos de transmissão deixou a ala de esporte movimentada ao longo do ano.
Com tantas transformações no jornalismo e na dramaturgia, a linha de shows talvez seja a área que mais se manteve estável ao longo dos últimos anos. Os programas de auditório seguem como a principal produção das tevês abertas. Após um início desconfiado, Luciano Huck consolidou um lugar nos domingos à frente do tradicional “Domingão”. Enquanto isso, Fausto Silva deixou a Band de forma inesperada e surpreendente, passando o bastão para o ainda pouco preparado seu filho, João Silva. Em meio a novas tecnologias, avanços e uma dose de tradicionalismo, a tevê aberta deu seu recado mais um ano: seu fim ainda está bem longe.

