Ter, 23 de Dezembro

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Cinema

"Mulher-Maravilha 1984", de Patty Jenkins, deixa coração de fãs em pedaços

"DCpção" é um dos sentimentos que o filme trouxe. Warner sabe como iludir coração dos fãs e depois deixá-los em pedaços

Gal Gadot parece que nasceu para interpretar a Mulher-MaravilhaGal Gadot parece que nasceu para interpretar a Mulher-Maravilha - Foto: Divulgação

Em 2015 a Warner levou as redes sociais à loucura com o trailer de Esquadrão Suicida, o que foi um golpe pesado para os fãs depois que assistiram ao filme, muito abaixo da crítica. Em 2020 ela repetiu a dose com Mulher-Maravilha 1984.

A produção, descrita por fãs como um filme-de-quadrinhos, tenta adaptar os efeitos especiais à época em que se passa a narrativa. O que lembra muito a série de TV de 1975, estrelada por Lynda Carter, e que pode ser interpretado como uma referência ou tributo. 

Diversas cenas deixam evidente o uso de croma key, que, para os desavisados, não passa de um dos sintomas de uma grande produção, com um enorme custo de produção que não entrega o correspondente ao investimento.

 



O aprofundamento no universo das Amazonas dentro do universo compartilhado DC foi um grande acerto, deixando rastros da próxima história. Já a reintrodução de Steve Trevor (Chris Pine) na narrativa, que choca com os eventos de Liga da Justiça (2017), foi decepcionante.

Alguns buracos na narrativa podem estar relacionados com o corte final do filme, ainda assim deixa a lógica de lado sobre o fator ação-reação e apela para um discurso de sentimentalismo e profundidade humana.

O grande vilão, Max Lord, ao renunciar ao poder de se tornar a Pedra dos Desejos, consequentemente anularia todos os pedidos feitos a partir dele, mas o desfecho fugiu a essa lógica. Em outra situação, Max Lord sai de um lugar e reaparece em outro distante sem maiores explicações. Esses fatores contribuem para o crescimento das críticas.

Tanto o novo filme da heroína amazona quanto Shazam mostram a crescente decadência do que pode se chamar de “fórmula-DC”, que só funcionou de fato na trilogia do Cavaleiro das Trevas (Christopher Nolan). A introdução de alguns pontos da fórmula Marvel de filmes nas produções da Warner desanima os fãs que gostam da pegada sombria e violenta.
 

 

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