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O auge da Mulher-Maravilha

Personagem dos quadrinhos, que acaba de estrear nos cinemas, vem se tornando a preferida no coração dos fãs e ganha lançamentos em HQs

Mulher MaravilhaMulher Maravilha - Foto: Divulgação

Nem Batman, nem Superman. A “testosterona” dos super-heróis, definitivamente, não está na ordem do dia. Nas últimas semanas, milhões de pessoas estão sintonizadas a outra poderosa energia, bem mais feminina e “mítica”: a de uma “princesa amazona” que habita o imaginário pop desde os anos 1940, e que mais do que nunca, vem se tornando um dos personagens preferidos nos corações dos fãs. Estamos falando, obviamente, da Mulher-Maravilha.

Considerada uma das trindades da DC Comics - os outros dois são Batman e Superman - a Wonder Woman veio ao “mundo” em dezembro de 1941, em plena Segunda Guerra Mundial, época em que as mulheres começavam a ocupar o mercado de trabalho. Seu criador, o psicólogo William Moulton Marston, defendia a superioridade do gênero feminino, num período em que o feminismo engatinhava, e transformou sua “criatura” em uma verdadeira máquina de guerra contra o nazismo e o fascismo, que então assombravam a Europa.

Diana Prince, nome usado pela “wonder”, além da força de uma deusa, surgia com artefatos que a transformariam em ícone: o laço da verdade - que além de imobilizar o opositor, não o deixava mentir - e os braceletes de aégis, feito com material proveniente do próprio escudo de Zeus, ou seja, imbatível.

Diana chegou a ser secretária da Sociedade da Justiça, nos anos 1940. Em 1951, o grupo acabou, mas a Mulher-Maravilha não só continuou, como ganhou um gibi só dela, primazia dada apenas ao Batman e ao Super Homem.

Na década de 1960, virou sócia fundadora da Liga da Justiça. Anos depois, a personagem perdeu seus superpoderes e abriu uma butique de roupas. As feministas não engoliram o desaforo: a ativista Gloria Steinem, fundadora da revista Ms., deflagrou uma campanha para que ela voltasse a ser uma super-heroína, o que acabou se concretizando, em janeiro de 1973.

Atualidade

Hoje, período em que vive a sua fase mais popular (é a primeira super-heroína da DC a ter um filme exclusivamente seu!), aparece em vários títulos: está presente na revista dedicada à Liga da Justiça; tem um gibi com seu nome no novo arco Renascimento e, para completar, é a estrela do icônico relançamento das “Lendas do Universo DC”, assinado por George Pérez.

A coleção, que reúne histórias publicadas a partir de fevereiro de 1987, tem importância fundamental para os que acompanham a trajetória das HQs, pois representa uma fase onde a DC trabalhou na reconstrução e empoderamento da personagem, centrando sua narrativa - numa leitura “livre” - na mitologia grega e nos vários deuses do Olimpo.

A importância desta saga se deve ao fato de pertencer ao início da “Era Moderna” da DC, na qual a editora repagina as origens desse “Novo Universo”, deflagrada após a Crise nas Infinitas Terras (1985-1986). A trindade continuou sendo o carro-chefe da editora e os três personagens conheceram o início de fases imensamente bem recebidas pelo público e pela crítica, como o Superman de John Byrne (Coração de Aço), o Batman de Frank Miller (Ano Um), além da Wonder Woman de Perez.

Período, segundo Sérgio Roberto Pereira, especialista em HQs, que pode ser considerado “essencial”, assim como é a própria Mulher Maravilha, em qualquer tempo. “A força da personagem é tanta que, mesmo quem não lê quadrinhos sabe

Curiosidades:
Criador da Wonder Women, William Moulton Marston inventou, também, o detector de mentiras. Ele teria se inspirado no aparelho para criar o laço da verdade, artefato usado pela heroína.

A história de Marston, por sinal, é tão interessante quanto a da senhora Maravilha. Psicólogo e muito liberal, ele vivia uma relacionamento poliamoroso com sua esposa Elizabeth e uma outra mulher, chamada Olive Byrne, que vivia usando pulseiras...muito parecidas com as da personagem. Dizem que ele se inspirou nas duas amadas para criar a princesa amazonas.
Na década de 1970, a heroína teve um pico de popularidade, que culminou no primeiro filme para TV com a personagem. A atriz, no entanto, não tinha nada a ver com a heroína dos quadrinhos: Cathy Lee Crosby era loura, não tinha superpoderes, enfim, nada a ver com a Wonder Women.
Nos anos 1990, as vendas dos quadrinhos começaram a cair. O desenhista responsável por ela na época, o paraibano Mike Deodato Jr., ganhou liberdade para reverter a situação: os uniformes ficaram os menores de todos os tempos. Foi também nos anos 1990, com a moda dos silicones, que os seios da Wonder cresceram, refletindo a onda de implantes.

 

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