Obra revisita a vida da heroína da Guerra dos Cem Anos que se tornou santa
Ficção histórica "Joana D'Arc" explora a trajetória de como uma camponesa se tornou líder do exército francês e ícone nacional
A vida da mulher que deixou uma marca profunda na história da humanidade é explorada na obra "Joana D'arc", da autora Katherine J. Chen, que chega às livrarias brasileiras pela coleção Planeta Minotauro. Desconstruindo a imagem canonizada e humanizando Joana, a narrativa perpassa toda a vida da heroína: desde sua infância, repleta de alegria e violência, até a ascensão meteórica ao posto de líder do exército francês no fim da Guerra dos Cem Anos.
“A Joana D’Arc de Katherine J. Chen não é uma donzela piedosa, mas uma guerreira forte, mestre em estratégia e logística de guerra; e, sim, ela realmente arrancou uma flecha do próprio pescoço.” Margaret Atwood, autora de "O conto da Aia".
Katherine se debruçou em biografias e documentos históricos ao longo de quatro anos, vasculhando a vida de Joana, para recriar não uma mulher santa, mas uma jovem imperfeita e mais real. “Esta é uma obra de ficção. É importante enfatizar que a Joana que figura nestas páginas é uma Joana muito pessoal para mim.”, conta a autora no posfácio da obra.
Leia também
• "Cura pelas palavras", novo livro de Rupi Kaur, traz detalhes sobre a trajetória da autora na poesia
• Em novo livro, José Teles registra caravanas históricas de artistas pernambucanos no RJ
• Escritora Jaqueline Fraga segue "Movendo as Estruturas" em seu mais recente livro
Segundo Chen, a versão que decidiu retratar não é visitada por alucinações na adolescência, tampouco tem visões do arcanjo Miguel e das santas Margarida de Antioquia e Catarina de Alexandria, que, de acordo com relatos históricos, diziam para ela tomar parte na guerra e garantir a coroação do delfim Carlos VII. Nesta releitura, Joana é retirada do altar e despida da imagem de donzela piedosa para se tornar uma guerreira obstinada, estrategista e brilhante.
Em Joana D’arc, Katherine J. Chen reconta sob um olhar feminista como uma heroína é moldada e feita, colocada à prova até que, enquanto se aproxima do fim inevitável registrado eternamente pela História -- capturada por um grupo francês que apoiava os ingleses; entregue nas mãos do governo da Inglaterra; acusada de bruxaria e executada na fogueira em praça pública --, se torne um símbolo que não pode ser destruído por mãos humanas e continue fascinando gerações por séculos.

