IBGE indica que Pernambuco tem maior salário médio mensal do Nordeste entre trabalhadores da cultura
O Sistema de Informações e Indicadores Culturais (SIIC) 2013-2024 coloca Pernambuco como o terceiro estado com mais atividade formalizada na região
A sétima edição do Sistema de Informações e Indicadores Culturais (SIIC) 2013-2024, foi divulgada nesta sexta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento reúne estatísticas de cultura, que servem também para compreender essa dimensão relacionada ao entretenimento, ao lazer, à socialização e à economia dos estados brasileiros, incluindo Pernambuco.
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O estudo aponta que Pernambuco é um dos poucos estados do País com efervescência cultural no interior, sem uma grande concentração apenas na economia da capital. Em 2024, o estado teve um percentual de ocupados no setor cultural dividido dessa forma: Recife (7,8%), entorno metropolitano (5,1%) e demais estratos (inferiores a 4%). Este padrão foi observado, nesse ano, nos estados de Santa Catarina, Ceará, Espírito Santo e Goiás (incluindo o Distrito Federal).
O SIIC inclui dados de pesquisas realizadas pela instituição, como o Censo Demográfico 2022 e a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, além da presença de outros órgãos, por exemplo o Banco Central do Brasil (Bacen) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Segundo o Censo 2022, o setor cultural representava 5,7% dos ocupados de 14 anos ou mais de idade, com variabilidade no território brasileiro. Fora as capitais, polos culturais têm destaque em diversas localidades do Ceará, no Agreste de Pernambuco, no Centro Goiano em Goiás, no Vale do Itajaí em Santa Catarina, entre outras regiões.
O cenário da economia formal da cultura retrata exclusivamente às atividades de empresas e outras organizações com CNPJ ativo, totalizando, em 2022, 695.275 endereços cadastrados no Brasil. Essas unidades locais apresentam uma média de 6,55% de participação da cultura no conjunto do cadastro empresarial, no país, enquanto o Nordeste registra 5,54%.
Pernambuco aparece acima da proporção da região, com 5,99%, atestando uma forte inserção da cultura no tecido produtivo, de acordo com Cadastro Central de Empresas (CEMPRE/IBGE). Em relação ao total absoluto de empresas culturais brasileiras, o estado pernambucano é o terceiro com mais atividade formalizada no Nordeste (2,25%), atrás apenas da Bahia (3,61%) e do Ceará (2,31%), reforçando como um dos polos da rede de organizações do setor.
Para os trabalhadores do setor cultural, o ranking de salário médio mensal por unidades da federação é liderado por São Paulo (R$ 6,355,93), mas Pernambuco alcança R$ 3.251,26, o maior valor do Nordeste (R$ 2.545,99), porém abaixo da média brasileira (R$ 4.624,23). Essa diferença demonstra a concentração da economia da cultura no mercado de trabalho formal no Sudeste (R$ 5.708,75) do país.

