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Primeiro trabalho da atriz Fabiana Karla como diretora é exibido neste domingo no Cine PE

Pernambucana, que dirige o longa ao lado de Chico Amorim, assina o documentário premiado "O caso Dionísio Diaz"

Conhecida pelos papéis cômicos na televisão, no cinema e no teatro, Fabiana Karla agora envereda por outro caminho artístico. Ao lado do produtor e roteirista Chico Amorim, que é seu primo, a atriz pernambucana assina a direção do documentário "O caso Dionísio Diaz".

Inteiramente rodado no Uruguai, o filme foi exibido pela primeira vez no 9º Los Angeles Brazilian Film Festival (Labrff), mostra competitiva de filmes brasileiros que foi realizada em setembro, na Califórnia, nos Estados Unidos. E saiu de lá com o prêmio de Melhor Documentário. O trabalho concorreu ao prêmio de melhor documentário com "Eu sou Carlos Imperial", de Renato Terra e Ricardo Calil. Na ocasião, Fabiana disse que a experiência foi "incrível".

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O longa-metragem conta a história do garoto que, no Uruguai, é conhecido como "o herói de Arroyo de Oro". Em 1929, com apenas nove anos de idade, o pequeno Dionísio presenciou o assassinato de sua mãe e de seu tio pelas mãos do próprio avô. Mesmo com ferimento na barriga, ele conseguiu fugir, caminhando com ela no braço por 7 km e salvar a vida de sua irmã de 15 meses, morrendo pouco tempo depois.

Fabiana Karla conheceu o caso verídico através do esposo, Bruno Muniz, que é uruguaio. "Eu tinha que devolver todo o amor que esse país me deu da forma que eu sei melhor: com o meu trabalho. Entre várias histórias da terra dele, meu marido me contou essa, que eu achei que deveria ser compartilhada com o mundo", conta a artista. Como faltava experiência por trás das câmeras, a atriz resolveu convidar para a empreitada seu primo, que já dirigiu curtas-metragens, videoclipes e webséries no Recife.

"Tudo o que eu queria era contar uma história. Sou uma artista múltipla. Eu faço o que me move, e as coisas, graças a Deus, parece que caem no meu colo. Eu não compreendia, realmente, de muitas questões técnicas do cinema, mas tive a sorte de ter ao meu lado pessoas muito competentes", afirma Fabiana, que estará na terceira temporada da "Escolinha do Professor Raimundo", da TV Globo.

Os diretores tentam recontar o sacrifício do menino através de diferentes relatos. Acompanhada por um cinegrafista local, a dupla visitou a cidade de Trinta e Três, onde fica o povoado em que os assassinatos ocorreram. Lugares como o cemitério onde está enterrado o garoto e o museu erguido em sua homenagem serviram de cenário. Durante a visita, foram entrevistados historiadores, jornalistas, um comissário de polícia, o prefeito da cidade e um amigo de infância do pequeno mártir.

"O momento mais emocionante foi quando conversamos com a irmã de Dionísio, Marina Diaz, que na época estava com 85 anos. Ela nos contou que, até os dez, não sabia que a história que a professora contava na escola tinha acontecido com ela", conta Chico Amorim. "A gente precisa, a cada dia, de mais heroísmo. Esses irmãos trazem uma mensagem de amor que precisa contagiar as pessoas", defende Fabiana.

As filmagens foram realizadas há quatro anos, mas o documentário só ficou pronto em 2016, por conta de alguns imprevistos após as filmagens. "Quando voltamos para o Brasil, descobrimos que as câmeras que tínhamos usado possuía um sistema que só existia no Uruguai. Além disso, outros problemas técnicos forma surgindo. Demoramos meses para conseguir ter essas imagens", relembra Chico. A finalização da obra ficou por conta da produtora pernambucana Z4.

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