'Rampage': ação frenética e comédia absurda
Novo filme protagonizado por Dwayne Johnson, 'Rampage: destruição total' mistura ação explosiva e humor excêntrico. Baseado em um game, história mostra animais gigantes destruindo uma cidade
À certa altura de "Rampage: destruição total", Davis (Dwayne Johnson), empunhando uma pequena bazuca, começa um combate contra um crocodilo de aproximadamente 30 metros, enquanto grita para seu amigo gorila, que tem mais ou menos 10 metros de altura: "Corre, foge!".
"Rampage" pertence ao gênero ação, ocupa o território da aventura explosiva e frenética, mas também parece estar nas fronteiras do humor absurdo, da comédia nonsense. O blockbuster estreia hoje no circuito nacional.
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A primeira cena do filme mostra um experimento feito no espaço que dá errado: um estudo para alterar o DNA de forma que intensifique a força, a agilidade e a destreza do usuário termina abruptamente com a espaçonave caindo nos Estados Unidos.
O conteúdo da pesquisa acaba contaminando parques e áreas ocupadas por animais. Dessa forma, um gorila, um lobo e um crocodilo têm suas informações genéticas modificadas, ganhando proporções impressionantes de altura, peso e força.
O protagonista do filme é Davis, um primatologista que gosta mais de animais do que de humanos. Ele é responsável por cuidar de uma família de macacos liderada por um gorila chamado George, com quem compartilha laços de afeto.
George é um dos três animais afetados pelo experimento e se torna progressivamente maior, mais forte e violento. Davis tenta então não apenas salvar seu amigo primata como também lutar, no braço e na força bruta, contra essas ameaças gigantescas e ferozes.
O roteiro é uma reunião impressionante de exageros e situações alopradas. A própria premissa do filme, com animais gigantes enlouquecidos destruindo uma cidade, engolindo e esmagando seres humanos, rende cenas que tendem não apenas para a ação como também para uma comédia absurda.
Em dado momento, o lobo, enquanto caça militares, pula de um penhasco e abocanha um helicóptero no ar. Em outro momento, os empresários responsáveis pela pesquisa, os irmãos Claire (Malin Akerman) e Brett (Jake Lacy), criam um plano que de tão estúpido é difícil não rir.
Esse talvez seja o trunfo do filme: uma ação que se torna gradualmente mais absurda, cômica e exótica, se aproximando caoticamente do humor através de excessos surpreendentes e excêntricos.
O filme, dirigido por Brad Peyton (de "Terremoto: a falha de San Andreas", 2015) e baseado em um game dos anos 1980, parece se aproximar do cinema B, conceito usado geralmente para se referir aos filmes de gênero feitos por grandes estúdios, com efeitos especiais extravagantes.
A escolha de Dwayne Johnson é fundamental para o filme poder dar certo, um ator de quase dois metros, força bruta e associado frequentemente ao cinema de ação e comédia. É dele as melhores frases e os momentos mais interessantes e humorados, como a cena em que parte para um bizarro combate corpo a corpo com as criaturas gigantes. Através desses excessos o filme se desloca da ação para a comédia de forma estranha e divertida.
Cotação: bom