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Sexo, drogas e descontrole: saiba como eram as famosas 'festas do branco' do rapper Sean Diddy

Fotos e vídeos sobre as lendárias festas do rapper nos Hamptons e seus famosos convidados foram reveladas

'Festa do Branco', organizada por Diddy'Festa do Branco', organizada por Diddy - Foto: YouTube/reprodução

Enquanto a imagem de Sean " Diddy" Combs se desintegrou como consequência da prisão e posterior condenação do rapper por " transporte para prostituição", veredito que saiu nesta quarta-feira, muitas das celebridades de Hollywood que conviviam com ele estão, há meses, tentando se distanciar ao máximo do artista.

As razões são claras: com o processo judicial e sua vida sob escrutínio, começaram a aparecer fotos e vídeos das famosas festas brancas do rapper, um coquetel de sexo, drogas e desenfreio, do qual grandes figuras do mundo do entretenimento participaram, sendo imortalizadas pelos flashes dos curiosos.

'Sou o Gatsby!'
As acusações que Combs enfrentou num tribunal de Nova York (de cinco, ele foi culpabilizado por duas; foi inocentado da mais grave, "associação criminosa") trouxeram à tona seu estilo de vida luxuoso. Isso inclui as festas anuais que ele organizou todo verão em sua casa em East Hampton entre 1998 e 2009.

No início, a ideia do rapper era marcar território em uma comunidade muito exclusiva da área mais glamorosa de Long Island, onde a alta sociedade se misturava: artistas, grandes empresários e personalidades do entretenimento. Com o tempo, as celebrações se multiplicaram, patrocinadores apareceram e elas se expandiram para cidades como Los Angeles e Saint-Tropez.

O sonho de Combs com as festas brancas, como ele confessou a Oprah Winfrey em 2006, era romper as diferenças e colocar todos “da mesma cor e no mesmo nível”. Por isso, a condição imprescindível para entrar era vestir-se completamente de branco. Durante 11 anos, ele conseguiu: todos queriam participar do evento, sonhando com o convite e a chance de fazer parte da noite.

“Era uma mistura maluca: alguns dos meus rapazes do Harlem; Leonardo DiCaprio recém-saído das filmagens de Titanic... Eu tinha pessoas da alta sociedade e familiares do sul. Havia 200 pessoas sentadas aqui, apenas curtindo um churrasco caseiro”, contou Combs na época. Um pouco antes, em 2001, ele se comparou, segundo o jornal The Independent, a Jay Gatsby, o protagonista da novela de F. Scott Fitzgerald, que se passa por milionário e ganha fama por dar grandes festas. “Se eu li O Grande Gatsby? Eu sou Gatsby!”, exclamou.

Drogas, sexo e descontrole
Se do lado de fora as festas brancas de Combs eram desejadas, dentro tudo era excesso e descontrole. Foi assim que o jornal The Daily Mail descreveu depois de ter acesso a um vídeo no qual o próprio rapper anunciava uma “festa de verdade” quando as crianças presentes fossem dormir.

No vídeo, o artista aparece em pé, com uma taça de champanhe na mão, em sua varanda. De lá, ele fala aos seus convidados: “Demos comida para todos, demos bebida, agora é hora de aproveitar a vida”, diz ele. “Esta é uma celebração da vida. Esta é a verdadeira festa branca”, continua.

“As crianças têm uma hora restante. Depois disso, isso se tornará algo para o qual todos, quando crescerem, vão querer vir... então vamos começar a nos mexer, guardar as crianças. Está tudo bem”, acrescenta. “Muito bem, DJ, vamos lá. Vamos fazer acontecer”. Segundo alguns participantes, o maior descontrole acontecia após as 2 da manhã, quando a maioria dos convidados já havia ido embora.

Favores sexuais e submissão
Tom Swoope foi um dos que se atreveu a descrever em palavras a festa e os aspectos mais sombrios do que acontecia lá. O empresário contou como “sobreviveu” a essas celebrações em 24 de junho de 2024 em seu canal no YouTube. Ele também revelou detalhes do que acontecia dentro da mansão: explicou que o evento era dividido em “níveis” de acesso, começando por uma “entrada geral” e culminando em um santuário, o último lugar onde se podia chegar, uma sala onde ocorria a “verdadeira” festa, repleta de drogas como êxtase e cocaína.

Segundo Swoope, naquele local, Combs teria convencido vários de seus convidados a realizarem práticas sexuais em troca de dinheiro ou de uma oportunidade na indústria. Ele até lembrou de um caso específico: o dia em que Diddy ofereceu a um jovem artista de 18 anos um contrato com uma gravadora e cem mil dólares se ele realizasse um ato sexual com um de seus seguranças.

As festas brancas também aparecem nas acusações que resultaram na prisão do rapper. Adria English, ex-atriz de cinema adulto, acusou Combs de forçá-la a fazer sexo com seus convidados enquanto trabalhava nas famosas festas nos Hamptons. Ela também revelou que recebia bebidas misturadas com êxtase. “As coisas que nos forçaram a fazer me assombram até hoje”, lamentou ela.

O desejo de pertencer
Durante sua primeira festa branca, Diddy ocupava um lugar de destaque na indústria musical: ele havia vencido recentemente o Grammy de Melhor Álbum de Rap. Todos queriam se associar a ele e conhecer seu mundo. “Foi um evento icônico e todos estavam lá”, afirmou Paris Hilton em referência à festa de estreia.

A lista de celebridades que participaram das festas de Combs é tão numerosa quanto variada: durante aqueles dez anos, dezenas de famosos se deixaram levar pela tentação. Muitos compartilharam suas experiências ou posaram para os fotógrafos. Hoje, muitos escolhem o silêncio, viram o rosto e torcem para que a tempestade passe.

Além de Leonardo DiCaprio, vestiram-se de branco para uma noite inesquecível Mariah Carey, Tommy Lee e Pamela Anderson, Ashton Kutcher, Justin Bieber, Jay Z, Aaliyah, David Blaine, Kelly Osbourne, Paris Hilton, Kim e Khloe Kardashian, Howard Stern, Aretha Franklin, Martha Stewart, Beyoncé, Regis Philbin, Vera Wang, Donna Karan e Ivanka Trump. Jennifer Lopez, que foi namorada de Diddy entre 1999 e 2001, circulava como anfitriã nessas festas.

As fotos que surgiram no meio do escândalo também mostram Kim Porter, ex-namorada do cantor e mãe de três de seus filhos, na festa. Em uma delas, ela aparece sentada ao lado de Combs com um sorriso, enquanto suas gêmeas D’Lila e Jessie James Combs estão sentadas no colo dele. Porter faleceu em 15 de novembro de 2018 devido a uma pneumonia.

A situação judicial de Diddy
Nesta quarta-feira (2), o magnata da indústria da música, de 55 anos, foi absolvido em três das cinco acusações às quais respondia. O rapper foi acusado de usar sua fama e sua fortuna para comandar uma organização criminosa que durou uma década, na qual controlaria e manipularia outras pessoas por meio de violência e ameaças. Segundo a acusação, Diddy as forçava a realizar fantasias e a participar de maratonas de sexo movidas a drogas. O réu, que sempre se declarou inocente, sorriu ao ouvir a deliberação dos jurados.

Veja, abaixo, como ficou a decisão final do júri:

Acusação 1, Associação criminosa: INOCENTE

Acusação 2, Tráfico sexual de Cassandra Ventura: INOCENTE

Acusação 3, Transporte para fins de prostituição, relacionado a Cassandra Ventura: CULPADO

Acusação 4, Tráfico sexual de “Jane”: INOCENTE

Acusação 5, Transporte para fins de prostituição, relacionado a “Jane”: CULPADO

Combs foi inocentado da mais grave entre as cinco acusações, "associação criminosa" (no inglês, "racketeering") historicamente imputado a gângsters e mafiosos de Nova York. Advogado de defesa, Marc Agnifilo disse que seu cliente "deveria ser solto sob condições apropriadas" ainda nesta quarta-feira, já que foi absolvido justamente dos crimes mais graves de associação criminosa e tráfico sexual.

Antes dos jurados, Sean Combs entrou no tribunal e olhou para a sua família. Ele deu um leve sorriso e depois se sentou com a cabeça baixa. Após ouvir o veredito, ajoelhou-se e baixou novamente a cabeça, como se rezasse. Ao se levantar, bateu palmas em direção à galeria, que também se pôs a aplaudir. Na sequência, foi conduzido para fora do tribunal pelos oficiais de justiça. Ele está preso desde 16 de setembro de 2024.

A procuradora-assistente Maurene Comey, por sua vez, afirmou que a acusação se opõe à soltura. Ela afirmou que o rapper "continuou a cometer uma série de crimes" mesmo após saber que estava sob investigação e que "provavelmente cometeria novos crimes se fosse libertado". A acusação sustenta que Diddy ainda pode pegar até 20 anos de prisão pelas duas acusações pelas quais foi condenado.

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