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Sobrevoo ao passado: mostra lembra a passagem do Zeppelin no Recife

Exposição “Zeppelin: Recife-Rio” reúne cerca de 100 objetos relacionados ao balão dirigível que passava pelo Recife na década de 1930

ZeppelinZeppelin - Foto: Reprodução

“Parece uma baleia se movendo no ar”, comparou o poeta Ascenso Ferreira, ao se referir ao dirigível que sobrevoou o céu do Recife pela primeira vez, em 22 de maio em 1930. Para celebrar os 87 anos dessa data histórica, será aberta ao público, neste domingo, a exposição “Zeppelin: Recife-Rio”.

O público poderá ver de perto cerca de 100 peças de 50 países, tais como objetos relacionados ao gigante cilíndrico de alumínio voador, como medalhas, fotografias estereoscópicas, livros, selos, postais e objetos originais dos dirigíveis (porta-ovo, estereoscópios de mão e de mesa), pertencentes à coleção particular do restaurador pernambucano Jobson Figueiredo. O acervo estará em exibição no Museu da Cidade do Recife, às 16h.

O visitante também terá acesso ao histórico diário “Com o dirigível ‘Graf Zeppelin’ para Pernambuco”, publicado em 1931, na Alemanha, e escrito por Carl Bruer, um dos passageiros do cilindro voador que narrou a viagem que realizou da Alemanha ao Brasil, com direito . Agora a obra ganha uma edição em português. “Esse livro é uma raridade. Só existem 30 exemplares da edição original em alemão. Carl conta detalhes não somente sobre Pernambuco, mas também sobre Fernando de Noronha”, revela Jobson.

Outra publicação que será lançada no mesmo dia é “No céu do Rio: registro histórico do Zeppelin no Rio de Janeiro”, com fatos, fotos e curiosidades sobre as passagens dos dirigíveis pela então capital brasileira. A obra é assinada por Jobson, Igor Colares e Helton Cezário, e foi editada em três línguas (português, alemão e inglês).
Restaurador de obras de grandes dimensões, como pontes e palácios, foi Jobson quem remodelou, em 2012, a torre do Campo do Jiquiá, no bairro do Jiquiá, Zona Oeste do Recife, onde o Graf Zeppelin costumava atracar na capital pernambucana.

Jobson possui um acervo particular de mais de 20 mil peças relacionadas aos dirigíveis, que adquiriu em mais de 18 anos, em viagens pelo mundo, principalmente na Alemanha. “Na últimas viagem que fiz, há três anos, trouxe 89 quilos de excesso de bagagem!”, revela o colecionador.

“A torre do Campo do Jiquiá é a última do mundo; a única que existe. Mesmo sendo tombado pela Fundarpe (em 1984), é um patrimônio do mundo. Estou fazendo um trabalho de catalogação, pois espero que, no futuro, seja criado um museu do Zeppelin no Jiquiá”, sugere Jobson. Essa, aliás, é uma promessa antiga do governo que ainda não se concretizou. Além da torre, o local possui dois paiois da Segunda Guerra Mundial. Sim, pois vale lembrar: o dirigível também foi usado como arma de guerra.

O dirigível também pode ser levado para casa em forma de postais, clicados pelos fotógrafos Alexandre Berzin, Severino Fragoso, Mário de Carvalho e José Césio Rigueira Costa, que fazem parte da “Coleção Postais do Recife”. Ao todo são seis unidades, cada uma vendida por R$ 2 na lojinha do museu.

O Recife passou sete anos recebendo dirigíveis vindos da Alemanha, até que as viagens cessaram em todo o mundo, em 1937, quando um modelo explodiu no ar, matando 36 pessoas, instantes antes de pousar em Nova Jersey, nos Estados Unidos.

“Zeppelin: Recife-Rio”
Domingo (21 de maio), às 16h
Visitação: 21 de maio a 21 de junho, de terça a domingo, das 9h às 17h
Museu da Cidade do Recife, Forte das Cinco Pontas, São José
Informações: (81) 3355-9558

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