Sáb, 13 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
bate-papo

''Supergirl mostra que as mulheres não precisam ser perfeitas'', diz a atriz Milly Alcock

Diferente do seriado (2015-2021), dessa vez Kara será retratada de maneira mais satírica e imperfeita

Milly Alcock é a atriz que interpreta a Supergirl em novo longa da DC StudiosMilly Alcock é a atriz que interpreta a Supergirl em novo longa da DC Studios - Foto: Reprodução/Instagram

Depois do sucesso de “Superman”, lançado em julho deste ano, chegou o momento de Kara Zor-El, prima do famoso super-herói, ganhar uma versão cinematográfica.

Com Milly Alcock (conhecida pela série “A casa do dragão”) no papel da protagonista e Craig Gillespie na direção, “Supergirl” não mostrará a jovem heroína na Terra, mas sim viajando pelo espaço e lutando por justiça.

Durante a CCXP, que ocorreu no último final de semana em São Paulo, O GLOBO assistiu em primeira mão ao trailer do longa, lançado nesta quinta (11), e acompanhou a transmissão de um bate-papo entre James Gunn, CEO da DC Studios, o diretor e a atriz. A produção está prevista para chegar aos cinemas em 26 de junho de 2026.

Na conversa, transmitida ao vivo em um espaço reservado do evento de cultura pop, o trio respondeu a perguntas feitas pela imprensa e por convidados do mundo todo. Apesar da ação mais intimista, “Supergirl” foi um dos grandes destaques do estande da Warner na CCXP. Além de atividades direcionadas aos fãs e visitantes, o espaço exibiu o traje original da heroína no filme.

Batizado originalmente de “Supergirl: a mulher do amanhã”, o longa será uma ficção científica baseada na história em quadrinhos de mesmo nome da DC, escrita por Tom King e ilustrada pela brasileira Bilquis Evely. Na versão cinematográfica, a trama ganha roteiro da americana Anna Nogueira.

CEO da DC Studios ao lado de Peter Safran, James Gunn é também o responsável por elaborar o novo universo cinematográfico da DC Comics. Diretor, roteirista e produtor do recente “Superman”, Gunn diz que pensou em levar Supergirl para o DCU antes mesmo de assumir o comando do estúdio.

— Era algo que já tinha muito interesse em fazer. Quando a história em quadrinhos foi lançada, antes de Peter e eu conversarmos sobre assumir a DC Studios, contei a ele o quão ótima a graphic novel era e que tinha uma abordagem interessante da Supergirl. Logo pensei que Milly seria ótima para o papel, apesar de não saber o seu nome, já que a conhecia de “A casa do dragão” (risos). Milly será uma “Supergirl rock and roll” — disse.

Anteriormente, a heroína já havia sido tema de uma série de televisão americana. Estrelada por Melissa Benoist, a produção teve seis temporadas e foi transmitida entre 2015 e 2021. Diferente da versão anterior, dessa vez Kara será retratada de maneira mais satírica e imperfeita. Em consenso, os três a definem como uma “bagunça”.

Na nova trama, Supergirl está viajando pelo espaço quando se junta à jovem Ruthye Marie Knoll para encontrar o assassino do pai da menina, Krem.

— Ela é uma personagem muito falha para um super-herói. Ela não quer assumir o papel de heroína e está lidando com muitos demônios pessoais. Ela é uma anti-heroína e é arrastada, com muita relutância, para o mundo onde tem que ser essa heroína. E vemos a maneira como ela lida com isso, como ela enfrenta a situação e como ela se encontra nessa história — contou Gillespie, diretor do longa.

Diferente de 'Superman'

Supergirl fez sua estreia no novo universo cinematográfico da DC antes mesmo de ter sua própria produção. Isso porque a personagem fez uma breve participação nos minutos finais do longa do primo, “Superman”, já dando uma breve noção da “bagunça” que viria em sequência.

Durante o bate-papo, os três foram questionados quanto às diferenças entre os dois personagens. Para Milly, os dois possuem personalidades opostas: enquanto Supergirl é cínica e “durona”, Superman confia abertamente nas pessoas.

— Supergirl, comparada ao Superman, teve uma criação completamente diferente. Kara foi criada em um planeta que estava morrendo, todos que ela conheceu e amou estão mortos. Então, ela não confia em muitas pessoas. Clark é o oposto disso, porque teve uma vida muito protegida e espera pelo bem das pessoas — disse a atriz. — A Kara nunca finge. Se ela não estiver bem, todos saberão. Foi muito revigorante interpretá-la.

Quanto às semelhanças entre os filmes, uma deve ser benquista pelo público: Krypto, o Supercão, estará de volta às telonas.

— Krypto continua sendo um cachorro terrível. A diferença é que Kara o ama mesmo assim, enquanto Clark fica irritado com ele — brincou Gunn.

Heroína imperfeita

Como Gunn, Gillespie também assume em determinado momento da conversa que Milly dará um novo tom à Supergirl. Para o diretor, enquanto a atriz é um “espírito rebelde”, a personagem usa do cinismo como armadura de proteção.

— Há uma pegada “punk” nisso e Milly incorporou tudo — completou.

Com respostas mais singelas do que os acompanhantes, Milly disse acreditar que sua versão da protagonista conversará com uma nova geração de mulheres que quer se identificar com os dramas dos longas. Em 2026, “Supergirl” deve vir na contramão de outras heroínas, que por vezes são representadas como mais perfeitas do que os protagonistas masculinos.

— A Supergirl mostra que as mulheres podem ter falhas e que não precisam ser perfeitas para chegarem a uma resolução interna. Somos forçadas a abraçar essa narrativa de que temos que ser perfeitas em todos os aspectos da vida… Mas a Kara é alguém que se entrega às suas falhas de uma forma linda e especial — falou.

Veja também

Newsletter