Feira de vaidades em 'O Sétimo Guardião': quando a vida real rende mais audiência
Com trama desinteressante, novela em que Aguinaldo Silva volta ao realismo fantástico sobrevive a partir dos boatos de seus bastidores
Toda novela tem pequenas histórias de bastidores que acabam ajudando em sua divulgação. Seja o suspeito romance secreto entre os protagonistas, a rixa entre intérpretes de renome, o clima estranho decorrente da baixa audiência ou um simples atraso no roteiro que tumultua a rotina de gravações. Dependendo da força da história, o burburinho pode muito bem ser benéfico e chamar mais público. Em “O Sétimo Guardião”, entretanto, o telespectador está diante de um caso muito específico: tudo o que acontece ao redor da trama é muito mais instigante do que a novela em si.
Foi assim desde que a tão propagada volta de Aguinaldo Silva ao realismo fantástico foi anunciada. Acusado de usar ideias e personagens sem dar o devido crédito aos alunos de um de seus cursos, Aguinaldo teve de resolver os problemas legais da história e, a contragosto, encarou o adiamento da produção. Em seguida, tentou criar um trabalho totalmente novo, mas com a sinopse reprovada pela Globo, acabou tendo de retomar a obra concebida de forma coletiva.
No período de escalação de elenco, o autor bateu o pé para ter José Mayer, acusado de assédio sexual, e Luana Piovani, conhecida pela personalidade problemática, em “O Sétimo Guardião”. Novamente, teve de recuar e acatar a decisão da Globo de não trabalhar com os dois profissionais. Por fim, com tudo pronto, a novela é lançada e a repercussão acaba aquém do esperado. Apesar do elenco recheado de nomes do primeiro time da Globo, casos de Lília Cabral e Tony Ramos, o fraco pano de fundo ecológico e os personagens pouco cativantes não conquistaram o público.
Leia também:
Atriz de 'O Sétimo Guardião' confirma namoro com Maria Maya
Marina Ruy Barbosa pede por união entre mulheres
Após separação, Débora Nascimento ganha elogio de Claudia Raia e se diverte no trabalho
Débora Nascimento rompe silêncio sobre separação
Para piorar, a falta de sintonia entre os protagonistas Luz e Gabriel, de Marina Ruy Barbosa e Bruno Gagliasso, acabou por fazer com que o autor buscasse novos caminhos para os personagens. No momento em que Luz passou a ter mais interação com Junior, o playboy inconsequente vivido por José Loreto, o público se refestela com a notícia de que o ator estava se separando da esposa recém-parida, Débora Nascimento. Segundo os sites de fofoca, o pivô da crise era uma jovem atriz casada de “O Sétimo Guardião”.
Logo ligaram a notícia ao nome de Marina, que tratou de desmentir todos os boatos. Mas aí já era tarde. Mesmo com Loreto sendo o único responsável pelo fim de seu casamento, a culpa, mais uma vez, caiu no colo de uma mulher. Por conta do falatório dentro dos Estúdios Globo e da farra de “unfollow” no Instagram, Marina acabou se desentendendo não só com Loreto, mas também com Gagliasso, que ao lado da esposa, Giovanna Ewbank, foi apontado como organizador de orgias em sua propriedade em Fernando de Noronha. Para completar, o protagonista ainda teve de se afastar das gravações devido a fortes dores e se submeteu a uma cirurgia para retirada de pedras nos rins.
Redes sociais
Enquanto tudo isso acontece nas redes sociais, sites de notícias e vira até tema de fantasia no Carnaval, “O Sétimo Guardião” continua com audiência média abaixo dos 30 pontos no Ibope. Calúnias ou não, o público sabe de tudo o que acontece nos bastidores da trama, mas parece não ter qualquer interesse sobre o destino da aquífero milagroso que centraliza a história.
Pelo Twitter, Aguinaldo avisou que um “serial killer” vai movimentar a parte final da produção, algo que soa como um grito de desespero de um autor que já não sabe mais para onde ir. Esquecível e fraca, “O Sétimo Guardião” é a novela que deixou a ficção em segundo plano.

