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Um viva ao nosso “Odin”
Orlando Oliveira, dono de uma das bancas de revistas mais ativas do Recife, conta como o local se tornou point dos fãs de HQ’s
Orlando Oliveira vive rodeado de quadrinhos desde a infância. Hoje, com 60 anos, o dono da Banca Guararapes, na avenida homônima no Centro do Recife, mantém seu trabalho graças às HQs. “O único impresso em fase de expansão são os quadrinhos”, aponta. “As pessoas começaram a me pedir para fazer um grupo no Whatsapp. O Guararapes HQ tem crescido desde então”, comenta. Unindo quadrinistas, colecionadores e interessados, Orlando transformou a banca em point e promove a arte o ano inteiro.
“Eles me chamam de ‘Odin’ ou ‘pai de todos’ e, assim, a banca se tornou Asgard”, diverte-se Oliveira. Odin é um dos principais deuses da mitologia nórdica, da guerra, da sabedoria, da poesia. Costuma ser retratado um senhor mais velho, ativo e com barba branca, semelhante ao Oliveira real. “Uni um grupo disperso. Organizamos duas feiras, a próxima deve acontecer depois da CCXP [Comic Con Experience Tour Nordeste]”. A previsão é no dia 6 de maio. A CCXP começa nesta quinta-feira e segue até domingo, no Centro de Convenções.
“A maioria do grupo deve ir na sexta-feira, mas o debate mesmo vai ficar para um outro dia”, informa. Os amigos o pediram para ir como cosplay do deus nórdico, mas “minha mulher gosta de quadrinhos, mas não aprovou a ideia”, esclarece. A maioria dos encontros é espontâneo. “As pessoas se encontram quando vêm pegar o que reservaram. Aconversa se estende por horas”, conta.
Já surgiram outros grupos: de troca e venda, de ilustradores, e daqueles que só querem falar sobre quadrinhos. “QG HQ, Master drawn. No grupo da banca aviso quando chega um volume novo. A DC zerou as edições, vão recomeçar do um novamente. Está um frisson”, lembra.
Mas, no duelo épico entre Marvel e DC, Oliveira não toma partido. “O melhor é que colecionem todos”, argumenta. Completas, ele tem coleção do Batman, Deadpool e Tex, um gibi italiano. “Os quadrinhos são uma forma de despertar o gosto pela leitura. As crianças começam com Turma da Mônica, Walt Disney. E não são histórias só para criança, não. A partir dos gibis vão lendo outras coisas e permanecendo fiéis às HQs”, pontua. Para participar dos grupos, basta solicitar. “E não é clube do bolinha não, tem garotas e até gente mais velha do que eu”.

