'Vale tudo': público queria Odete Roitman no 'inferno' em 1988, mas hoje chama a vilã de "loba"
Mistério a partir do assassinato da vilã começa na segunda-feira (6)
Uma coisa já é certa em “ Vale tudo”. Tanto o clássico de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, que se encerrou em 1989, quanto o remake de Manuela Dias, atualmente, contam em seus capítulos finais com o mistério em torno do assassinato de Odete Roitman (Beatriz Segall/Debora Bloch). O que difere em cerca de 35 anos entre uma versão e outra é a reação do público quanto ao destino da vilã, uma das mais emblemáticas da teledramaturgia brasileira.
Em 2025, a maioria do público nem considera a morte trágica, com um tiro no peito, um fim plausível para a vilã. Segundo uma pesquisa do Datafolha, apenas 4% do público quer que ela realmente seja assassinada. A maioria prefere como “punições” a pobreza (47%) ou a prisão (35%). Ao se referir à personagem, internautas a chamam de “loba”, muito por conta de seu comportamento sexual.
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O levantamento, feito nos dias 8 e 9 de setembro com 2.005 pessoas em 113 cidades, mostrou que um terço dos brasileiros acompanha “Vale tudo”. A visão sobre Odete contrasta com a de 1988, quando 38% dos entrevistados em São Paulo queriam a morte da personagem de Beatriz Segall.
Aliás, uma reportagem do GLOBO no dia 12 de dezembro de 1988 — dez dias antes da morte da personagem — já relatava que “milhões de pessoas” desejavam a morte de Odete. Uma telespectadora, aliás, acreditava que a vilã ainda não havia se encontrado, o que a motivava a praticar maldades.
A aversão contra a vilã era tão grande que uma loja no Rio de Janeiro chamou a atenção ao destacar a camisa com os dizeres “Eu odeio a Odete Roitman” em sua vitrine.
“Embora a novela seja de ficção, ela está servindo de espelho da nossa realidade, pois a Odete é uma mulher poderosa, e compra tudo com o seu dinheiro, como muita gente na vida real. Ela foi escolhida como mártir para aliviar um pouco a trizteza que os brasilerios vêm sentindo a cada momento, com uma inflação que está comendo os nossos bolsos, pela má administração dos atuais governantes”, dizia uma telespectadora, Sonia Ferreira, à reportagem na época.

