Arena de Pernambuco aumenta receitas com aluguel de espaços multiuso
Bom resultado da estratégia, que busca garantir receitas nos meses de poucos jogos, motivou o lançamento de dois novos espaços: a Exporarena e o Criative-se
Deficitária desde o fim da Copa do Mundo de 2014, a Arena de Pernambuco finalmente se diz perto de equilibrar suas contas. E o motivo da possível “salvação financeira” do empreendimento passa longe do futebol. É que, sem receber jogos há três meses, o estádio passou a buscar outras fontes de receita. E o aluguel de áreas para realização de shows, festas e eventos corporativos tem surtido efeito. Por isso, já se imagina até que, com a criação de novas atrações e a retomada do futebol, a Arena consiga se pagar em 2019.
Leia também:
Arena de Pernambuco terá patrocínio de companhia de bebidas
Arena de Pernambuco busca novos caminhos
Obra de Maria reúne milhares de pessoas na Arena Pernambuco
Náutico não descarta mandar alguns jogos na Arena PE
“Este é o objetivo. E nós estamos chegando ao ponto de maturidade de deixar a Arena arredondada”, afirmou o diretor-geral do estádio, Kleber Borges, explicando que, mesmo sem jogos, o empreendimento alcançou um dos seus melhores momentos financeiros neste fim de ano. “Já havíamos diminuído o custo operacional. E, agora, tivemos um crescimento alto do aluguel de nossas áreas”, explicou, admitindo que “é da locação que a Arena consegue tirar dinheiro”.
Ele lembrou que o empreendimento foi palco de eventos de grande porte recentemente - como o culto de aniversário da Assembleia de Deus - e contou que está com a agenda lotada em dezembro com confraternizações e formaturas. “Por isso, estamos conseguindo cerca de 50% do valor operacional da Arena, que gira em torno de R$ 700 e R$ 840 mil por mês. Se tivéssemos dois bons jogos neste mês, conseguiríamos até nos pagar”, revelou o gestor, dizendo que esse cenário cria perspectivas positivas para o próximo ano.
“Estamos diminuindo o custo do Estado e criando novas experiências para, quem sabe em 2019, a Arena começar a se pagar”, avaliou Borges, que, dentro deste plano de tornar a Arena um espaço multiuso, apresentou novos espaços para aluguel e visitação nessa terça-feira (20). São o Criative-se e a Expoarena. O primeiro amplia a lista de áreas locáveis, pois se trata de uma sala voltada à eventos corporativos. Inspirado nos ambientes do Google, o Criative-se conta com mini auditório, pufes, lousa, vídeo game e minibar. “É para as empresas que querem um momento diferenciado com seus funcionários”, explicou Borges, dizendo que o espaço pode ser usado por quatro horas por R$ 1 mil.
Já a Expoarena será um acervo, com informações e itens relevantes da história da Arena, como camisas das seleções que jogaram no campo na Copa do Mundo de 2014. É um espaço que vai incrementar o Tour Arena de Pernambuco, que fica aberto ao público todas as sextas-feiras e domingos. O tour, que passa por vestiários, arquibancadas e até pelo gramado, porém, passa de R$ 2 para R$ 6. A partir de dezembro, se pagar R$ 10, o visitante ainda poderá cobrar um pênalti no campo.
As novidades devem contribuir, portanto, com o aumento de receitas da Arena. E, segundo Borges, não precisaram de grande investimento, pois foram montados com equipamentos que estavam sem uso no estádio. Por isso, para ele, os novos espaços ainda aumentam a atratividade do empreendimento, que, nos próximos meses, deve lançar uma licitação em busca de um novo gestor privado. A Arena só deve ter como contratempo neste processo, então, a falta de jogos, já que o Náutico pretende voltar aos Aflitos em 2019 e os outros times pernambucanos também não têm usado a Arena com frequência.