Dom, 07 de Dezembro

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NEGÓCIOS

Armadores da China buscam continuar diálogo com os EUA sobre tarifas portuárias

Todos os navios construídos e de propriedade chinesa que atracarem nos EUA estariam sujeitos a taxa baseada no volume de mercadorias transportadas por viagem

Contêineres e guindastes no porto de contêineres de Lianyungang, no leste da ChinaContêineres e guindastes no porto de contêineres de Lianyungang, no leste da China - Foto: AFP

A Associação de Armadores da China afirmou que continuará a “comunicar-se ativamente” com os Estados Unidos e outras partes relevantes sobre as tarifas propostas pelo governo de Donald Trump sobre embarcações chinesas.

Segundo um plano apresentado pelo Representante de Comércio dos EUA na quinta-feira, todos os navios construídos e de propriedade chinesa que atracarem nos EUA estariam sujeitos a uma taxa baseada no volume de mercadorias transportadas, por viagem.

Na sexta-feira, a China declarou que as novas tarifas portuárias dos Estados Unidos serão “prejudiciais para todos” e afirmou que a medida “não ajudará a revitalizar a indústria naval americana”.

A proposta vem após uma investigação de meses ordenada pelo governo de Joe Biden para avaliar se a construção naval chinesa ameaça a segurança nacional dos EUA.

O plano também afeta estaleiros não chineses, adicionando uma tarifa a qualquer navio transportador de veículos que não tenha sido fabricado nos EUA e que atraque em portos americanos.

A medida da administração Trump é “significativamente discriminatória”, e a associação “se opõe firmemente às acusações dos EUA, baseadas em fatos falsos e preconceito”, disse o órgão comercial, que representa todos os armadores chineses, em comunicado publicado em sua conta oficial no WeChat neste sábado.

A chamada petição 301 determinou que a taxa entre em vigor em seis meses, ou seja, em outubro, com outra fase restringindo navios estrangeiros que transportam gás natural liquefeito a começar em três anos.

Após seis meses, a taxa para embarcações chinesas seria fixada em US$ 50 por tonelada líquida, ou seja, o volume do espaço de carga remunerável do navio, aumentando gradualmente ao longo de três anos.

As embarcações construídas na China seriam avaliadas com base na tonelagem líquida ou por contêiner. Os fundos provenientes das taxas de atracação seriam usados para revitalizar o setor de construção naval em declínio dos EUA, que há muito tempo deixou de construir navios comerciais para se concentrar em contratos navais.

A proposta feita na quinta-feira representa uma mudança em relação à versão inicial, que sugeria taxas de pelo menos US$ 1 milhão por navio a cada atracação em um porto americano. Agora, a recomendação é que as taxas sejam cobradas com base na tonelagem.

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