Ter, 23 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
Economia

Atom inova no mercado de capitais

Empresa disponibiliza recursos para traders operarem no mercado financeiro. Diferencial é a ausência de carga horária fixa

Responsável pelo escritório local, Diogo Bandeira (de pé) ministra os cursos para os iniciantesResponsável pelo escritório local, Diogo Bandeira (de pé) ministra os cursos para os iniciantes - Foto: Arthur de Souza

 

Mercado financeiro é bicho de sete cabeças para muita gente. Uma "mesa proprietária", mais ainda. É um conceito bastante específico. Mas vivemos o tempo da internet, estamos nos "dias do Google", e o conhecimento nunca esteve tão democratizado. Para quem tem vontade de se aventurar entre ações e contratos futuros, eis o verdadeiro impasse: dinheiro, uma vez que especialistas em finanças orientam investimentos de baixo risco para quem tem montantes reduzidos.

Digamos, no entanto, que você tivesse a possibilidade de especular com altos valores de capital e ficar apenas com os lucros que gerasse? A paulistana Atom aportou no Recife em julho deste ano e quer disponibilizar dinheiro para que traders - anglicanismo que classifica os “comerciantes” do mercado de renda variável - negociem a posse de ativos.

Havendo lucro, o trader fica com 40% de tudo que gerar, enquanto as perdas são absorvidas pela dona do capital - a mesa proprietária. No Recife, a Atom é a segunda empresa a realizar esse tipo de operação. Seu diferencial, segundo o responsável pelo escritório recifense, Diogo Bandeira, é não exigir horas fixas de seus colaboradores - qualquer pessoa, com qualquer formação (e outros empregos) pode ser admitido para fazer uma "renda extra".

É isto que se chama de "mesa proprietária". Uma empresa com grande disposição de ativos entrega seus recursos a operadores capacitados para que apostem no mercado financeiro. Dentro de um limite mensal de perdas, o risco é completamente absorvido pela mesa, e os traders embolsam uma parcela pré-acordada dos resultados (na Atom, o valor pode escalar até 65%, a depender do desempenho do colaborador). Porém, é o próprio trader quem decide a hora de parar de trabalhar. Cinco, quatro, duas horas diárias. Nenhuma, até.

“Mas o mercado ainda é verde no Recife. A gente está tendo dificuldade para chamar os traders”, pontuou Bandeira, lembrando que, para operar o dinheiro da Atom, é necessário passar por uma espécie de "prova prática". Por isso, desde a chegada à cidade, a empresa tem concentrado o trabalho em educar e formar novos profissionais para o mercado financeiro. A empresa dispõe, hoje, de três modalidades de cursos presenciais, dois deles para investidores mais maduros. O primeiro, no entanto, contempla iniciantes, e ensina os conceitos mais básicos e teóricos do mercado financeiro.

Depois da primeira etapa, que inclui duas horas de aulas diárias, durante cinco dias, o trader em formação passará dez dias úteis operando contratos e ações no simulador da Atom. A plataforma reproduz todas as movimentações da Bolsa de Valores de São Paulo, em tempo real. O trabalho da segunda fase é monitorado por profissionais da matriz da empresa, localizada em Sorocaba, São Paulo, e dura três horas diárias, das 9h às 12h. Finalizado o curso, o operador está apto a ingressar no processo seletivo da empresa - que também acontece através do simulador em tempo real - para integrar sua mesa proprietária.

Diogo Bandeira começou operando capital próprio, há dois anos. Resolveu fazer a avaliação da Atom para “operar com o capital deles e deixar o meu dinheiro mais seguro”, diz.

 

Veja também

Newsletter