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Cerveja pernambucana Capunga chega ao Panamá

Primeira marca de cerveja artesanal de Pernambuco a se lançar no mercado internacional, Capunga vai produzir inicialmente 5 mil litros da bebida no exterior

Cerveja CapungaCerveja Capunga - Foto: Divulgação

As cervejas artesanais produzidas em Pernambuco já são referência de qualidade em todo o Brasil. E agora também serão conhecidas no exterior. É que a Capunga, marca que produz 30 mil litros de cerveja por mês em Igarassu, vai passar a atuar no Panamá. A empresa quer produzir até cinco mil litros/mês na América Central, para conquistar o consumidor panamenho e também o de outros países da região, e, assim, dá a largada no processo de internacionalização da cerveja pernambucana. Afinal, é a primeira cervejaria local a fazer negócios fora do Brasil.

Sócio da Capunga, Victor Lamenha reconhece que este é um grande feito para a indústria local, mas revela que a empreitada começou de forma despretensiosa. “O dono da fábrica do Panamá veio conhecer a nossa operação e pediu ajuda para montar a dele. Então, a gente auxiliou no processo de montagem da fábrica e no desenvolvimento das receitas do Panamá. Em contrapartida, ganhamos o direito de produzir lá”, conta Lamenha.

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Só que a Capunga não será só mais um rótulo do empreendimento, batizado de El Dictador. O estilo lager da marca pernambucana será o produto principal da nova fábrica, que também conta com um bar com 13 tipos de chopp e será oficialmente inaugurada no início de maio. “Seremos a única lager nesse primeiro momento”, orgulha-se Lamenha.

Por conta disso, as pretensões dos sócios pernambucanos em terras panamenhas não são pequenas. A ideia é começar produzindo mil litros/mês, mas logo depois expandir essa produção, chegando a 5 mil litros/mês já neste ano. “Aqui, a nossa primeira produção também foi de mil litros. É uma produção teste, para analisar o mercado. Mas já podemos fazer 2 mil litros/mês e podemos crescer mais”, conta Lamenha, dizendo que, depois do lager, a marca pernambucana pode até levar outros estilos para o Panamá.
Ele explica que, nesse primeiro momento, a El Dictador vai ocupar o espaço de 10 mil litros/mês. A capacidade do empreendimento, porém, é de 50 mil litros/mês. “Só precisaremos comprar mais tanques para aumentar a produção”, diz o sócio da Capunga. E ele admite que a empresa já pensa nesse segundo momento, que deve exigir um investimento de US$ 20 mil. “Este é um bom mercado, sobretudo neste ano. O panamenho é fã do futebol brasileiro e estará na Copa do Mundo pela primeira vez neste ano. Então, deve apresentar um consumo elevado e aceitar a cerveja brasileira”, explica o empresário pernambucano.

Esse aporte todo, porém, não vai ficar apenas no Panamá. A ideia da Capunga é usar o país como uma ponte para outros mercados internacionais, sobretudo Costa Rica e Estados Unidos. “Algumas cervejarias artesanais de São Paulo também começaram a exportar pelo Panamá, pois as condições de exportação são boas. O país tem condições tributárias favoráveis, tem o Canal do Panamá, que é uma grande via de exportação, e está próximo do mercado norte-americano”, argumenta Lamenha, contando que a Capunga já está estudando os mercados da Costa Rica e dos Estados Unidos. “A Costa Rica faz fronteira com o Pananá e o mercado norte-americano é o que mais cresce no ano”, justifica o empresário, que quer chegar a pelo menos um desses destinos até o fim do ano.

Pioneirismo
Disputando o título de maior cervejaria artesanal do Estado com a De Bron e a Ekaut, a Capunga sai na frente quando se fala em internacionalização. Procurada pela reportagem, a De Bron afirmou que também tem essa pretensão, mas só deve realizar este plano em 2019 ou 2020. Já a Ekaut afirmou que, por enquanto, tem como foco o mercado local.

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