Sex, 05 de Dezembro

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CNI fará missão empresarial aos EUA para negociar tarifaço e defender Brasil em investigação

Comitiva vai reunir representantes de associações, federações e empresas, como Embraer

O presidente da CNI, Ricardo AlbanO presidente da CNI, Ricardo Alban - Foto: Reprodução

O vice-presidente Geraldo Alckmin se reuniu nesta quarta-feira com o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, que detalhou a agenda da missão empresarial para negociar o tarifaço dos EUA, em Washington.

Segundo a CNI, a iniciativa vai acontecer nos dias 3 e 4 de setembro. Entre os participantes, estarão associações setoriais, federações estaduais e grandes empresas, com o objetivo de ampliar o diálogo com o governo e o setor produtivo americano.

O tarifaço do governo americano entrou em vigor no início de agosto. A ordem executiva assinada pelo presidente americano Donald Trump estabeleceu uma tarifa adicional de 40% sobre produtos do Brasil, somando-se aos 10% anunciados em abril e elevando o total da tarifa para 50%.

Quase 700 produtos — entre os 4 mil itens que o Brasil exporta para os EUA — foram listados como exceções a essa tarifa adicional de 40%.

O governo e empresariado brasileiro seguem nas tratativas para tentar incluir mais produtos nesta lista de exceções. Nesta quarta, Alban destacou a importância de uma atuação convergente entre governo e indústria para enfrentar os desafios impostos pela taxação de 50% sobre as exportações brasileiras. Ele diz que o empresariado tentará buscas novas exceções para a tarifa adicional.

— Nosso objetivo é sensibilizar o lado americano, levando propostas concretas de interesse mútuo, de forma a acelerar as negociações e incluir setores relevantes, mesmo aqueles com menor peso financeiros, mas grande representatividade industrial — explicou Alban na sede da CNI, em Brasília.

A programação da missão empresarial inclui encontros com escritórios de advocacia e lobby, reuniões na Embaixada do Brasil em Washington, diálogos com lideranças da US Chamber of Commerce e com autoridades do governo americano.

Também está prevista uma plenária com empresários dos dois países e participação em audiência pública do Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), no âmbito da investigação da Seção 301, sobre supostas “práticas comerciais desleais” do Brasil.

O setor industrial também deve levar propostas alinhadas a interesses dos EUA, como parcerias para produção de combustível sintético de aviação (SAF) e etanol, instalação de data centers no Brasil e exploração de minerais de terras raras.

— Queremos mostrar que há espaço para uma negociação séria, técnica e comercial, que traga ganhos para ambos os lados — afirmou o presidente da CNI.

A comitiva será composta por dirigentes de associações de diversos setores e federações estaduais, e empresas como:

Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq);

Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos(Abimaq);

Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit);

Associação Brasileira de Alumínio (Abal);

Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec);

Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimc);

Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé);

Associação Brasileira da Indústria de Ferramentas (ABFA);

Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos (Anfacer);

Associação Brasileira de Rochas Naturias (CentroRochas);

Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB);

Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg);

Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc)

Tupy;

Embraer;

Stefanini;

Novelis ;

Siemens Energy.

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