Sex, 05 de Dezembro

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Investigação

'Contas-bolsão': entenda modelo que pode ter sido usado pelo PCC para camuflar dinheiro

Fintechs e gestoras eram usadas em esquema para lavar recursos de organização criminosa, dizem investigadores

Operação Carbono Oculto mira esquema bilionário do PCCOperação Carbono Oculto mira esquema bilionário do PCC - Foto: Receita Federal/Divulgação

Um esquema de lavagem de dinheiro da facção criminosa PCC com o uso de gestoras e fintechs foi desmantelado em operação da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira. As investigações apontam que a organização criminosa usava diversos métodos para escamotear o dinheiro do crime. Um deles impede o rastreio das autoridades por meio das chamadas “contas bolsão” no nome de fintechs.

A Operação Carbono Oculto cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão em sete estados do país mirando um esquema bilionário do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis.

Reportagem do Globo, publicada no início deste mês, mostrou como investigações já apontavam o uso das fintechs pelo crime organizado.

As investigações apontam que criminosos usavam gestores e fintechs para lavar o dinheiro ilícito. De acordo com os investigadores, o PCC recorria às chamadas “contas-bolsão” para desvincular as contas à indícios de ligação com o crime organizado.

Por meio desse modelo, as fintechs aparecem como titulares de uma conta em um banco credenciado no sistema financeiro. A partir dessa conta são operadas outras subcontas em nome dos clientes finais, que não têm nenhum vínculo com o banco onde a conta foi aberta.

Desse modo, os usuários de subcontas se camuflavam do monitoramento de autoridades, se protegendo de rastreamento de movimentações, quebras de sigilo e bloqueios judiciais.

A Receita Federal também ressaltou que esse mecanismo impede o rastreamento do fluxo dos recursos e a identificação, pelos órgãos de controle e de fiscalização, dos valores movimentados por cada um dos clientes da fintech de forma isolada.

"Era dessa forma que as operações de compensação financeira entre as distribuidoras e os postos de combustíveis eram realizadas, assim como compensações financeiras entre as empresas e os fundos de investimentos administrados pela própria organização criminosa. A fintech era usada ainda para efetuar pagamentos de colaboradores e de gastos e investimentos pessoais dos principais operadores do esquema", explicou a Receita em nota.

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