Contas públicas do governo registram superávit de R$ 1,1 bilhão em março
Resultado foi divulgado pelo Tesouro Nacional nesta terça-feira
O Governo Central — composto por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central — registrou um superávit primário de R$ 54,5 bilhões no acumulado do primeiro trimestre do ano, conforme dados divulgados nesta terça-feira pelo Tesouro Nacional. O valor é mais do que o dobro do saldo observado no mesmo período de 2024, que foi de R$ 20,2 bilhões.
O valor representa uma melhora em relação a fevereiro, quando as contas públicas registraram um déficit de R$ 31,7 bilhões.
Para o mês de março de 2025 foi registrado superávit de R$ 1,1 bilhão, esse é o melhor resultado para o mês de março desde 2021, quando o saldo positivo foi de R$ 2,6 bilhões (valores corrigidos pela inflação). Também representa uma melhora em relação a março do ano passado, quando houve um rombo de R$ 1,08 bilhão.
O resultado mede a diferença entre as receitas e despesas do governo, sem considerar o pagamento de juros da dívida pública.
Leia também
• Galípolo nega desconforto com meta de inflação de 3%: "Essa não é uma discussão"
• BC diz que tarifaço de Trump exige 'cautela' do Brasil e gera 'dúvidas' sobre redução da inflação
• Contas externas têm saldo negativo de US$ 2,2 bilhões em março
O superávit do mês foi puxado, principalmente, pela alta nas receitas administradas pela Receita Federal, como o Imposto de Renda, e por uma leve queda nas despesas totais, especialmente nas discricionárias e nos gastos com programas como Bolsa Família e Saúde. Por outro lado, as despesas com benefícios previdenciários e seguro-desemprego aumentaram.
Essa melhora está relacionada, principalmente, à queda no pagamento de precatórios — dívidas judiciais que a União precisa quitar. Neste ano, ainda não houve concentração desses pagamentos, diferentemente de 2024, quando boa parte foi paga em fevereiro. Segundo o Tesouro, isso se deve a uma mudança no cronograma.
Entre janeiro e março, a receita líquida cresceu 2,7%, somando R$ 576,5 bilhões. Já as despesas caíram 3,4% no mesmo período, totalizando R$ 522 bilhões.
Apesar do desempenho positivo, o governo ainda tem o desafio de cumprir a meta fiscal em 2025, que é de zerar o déficit. No ano passado o resultado foi negativo em R$ 43 bilhões. Com as regras do novo arcabouço fiscal, há uma margem tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB, equivalente a cerca de R$ 31 bilhões.
Apesar da meta, o próprio governo já reconheceu que o cenário fiscal exige medidas de contenção de gastos e aumento de receitas para ser alcançado.

