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Cosan pode ter US$ 109 milhões com IPO da Moove em NY; Operação total poderá chegar a US$ 438 milhõe

Subsidiária do setor de lubrificantes do grupo de Rubens Ometto teve origem nas operações de combustíveis e distribuição da antiga Esso no Brasil

Moove, fabricante de lubrificantes do Grupo Cosan, vai abrir capital na Bolsa de Nova YorkMoove, fabricante de lubrificantes do Grupo Cosan, vai abrir capital na Bolsa de Nova York - Foto: Divulgação

O grupo Cosan, do empresário Rubens Ometto, deu mais um passo para levantar de US$ 109 milhões (R$ 592 milhões) a US$ 164 milhões (R$ 891 milhões) com a venda de ações, na Bolsa de Nova York, da Moove, subsidiária do setor de lubrificantes.

Anunciada mês passado, a oferta inicial para abrir o capital da empresa poderá levantar um total de até US$ 438 milhões (R$ 2,4 bilhões), informaram as companhias.

A gigante do açúcar e etanol, com negócios na distribuição de combustíveis, gás natural e logística, entre outros, está endividada e, por isso, busca se desfazer de alguns negócios ou partes deles. Na sexta-feira, a informação de que a Cosan poderia avançar na venda de sua participação de 4,1% no capital da Vale fez as ações da mineradora caírem.

Nessa busca por levantar recursos, a operação da Moove será a primeira abertura de capital de empresa brasileira nos EUA desde que a Lavoro, distribuidora de insumo agrícolas, listou suas ações na Nasdaq, em março de 2023. Em 2021, empresas do setor financeiro como Nubank e Stone fizeram ofertas de ações na Bolsa de Nova York.

Operações da Esso no Brasil
A Moove foi criada pela Cosan a partir da aquisição, ainda em 2008, das operações de refino e distribuição de combustíveis e lubrificantes no Brasil com a marca Esso, da gigante americana ExxonMobil.

Parte dos negócios de combustíveis, como a rede de postos de gasolina, foi a Raízen, subsidiária da Cosan em sociedade com a gigante anglo-holandesa Shell.

O negócio de lubrificantes ficou na Moove, incluindo fábricas e a licença de uso da marca Mobil no Brasil. A Cosan tem 70% da empresa, em sociedade com a CVC Capital Partners, fundo de investimentos americano, que tem o restante.

A Moove ganhou musculatura global quando comprou a americana PetroChoice, em maio de 2022, por US$ 479 milhões. A PetroChoice tiha duas fábricas de lubrificantes – não só para carros de passeio, mas para a indústria e outros fins – e 50 centros de distribuição nos EUA.

Atinge cerca de 70% do enorme mercado americano, distribuindo, inclusive, os produtos com a marca Mobil. Esse seria um dos motivos para fazer a abertura de capital nos EUA.

Acionistas vendem uma parte
Conforme os dados informados nesta terça-feira, a oferta de ações que poderá levantar até US$ 438 milhões (se sair no topo de US$ 17,50 por ação) terá venda de papéis pela Cosan, pela CVC Capital Partners e pela própria Moove. O montante da Moove, também de US$ 109 milhões, será injetado no negócio; as fatias da Cosan e da CVC ficam com os acionistas.

O valor total poderá chegar a US$ 503 milhões se a demanda dos investidores for grande o suficiente e avançar sobre mais ações oferecidas apenas nesse caso. Se a operação sair pelo valor máximo estimado por ação, o extra chegará a US$ 65,6 milhões.

Após a oferta, os atuais donos da Moove ficariam com 77,5% do capital da empresa – 60% com a Cosan. Se houver a venda adicional, a participação dos atuais sócios cairá para 74,1% -- 57,6% da Cosan.

Os valores finais por ação também dependerão da demanda pelos papéis, como sempre ocorre nessas operações, no processo chamado de “bookbuilding”.

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