Economia de água: um bom negócio para as empresas
No Dia Mundial da Água, veja empresas que têm ganhos com o reuso do insumo em Pernambuco
Práticas que unem sustentabilidade e economia de água estão presentes em grandes empresas pernambucanas. Através de sistemas criados para reutilizar o insumo, as empresas reduzem suas despesas e economizam a água do planeta. Cada empresa cria seu sistema, seja através de tecnologia, estações de tratamento ou parceira com outras fábricas. Hoje, data em que se comemora o Dia Mundial da Água, pensar globalmente a importância de se economizar o insumo é fundamental.
No Polo Automotivo Jeep, localizado em Goiana, na Região Metropolitana do Recife (RMR), o processo é feito a partir de um Sistema de Tratamento de Efluentes (ETE), que promove um reuso de 99,5% do insumo utilizado na produção. “A água potável utilizada para uso humano é encaminhada para uma estação de tratamento. Além dessa, a água industrial também é levada para esse sistema. As duas, separadamente, passam por processo de tratamento, depois se unem e são bombeadas para serem utilizadas na fábrica”, explicou o gerente de Manufatura do Polo Automotivo Jeep, Roberto Soares.
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Há três anos em funcionamento, o sistema vem ganhando melhorias na performance. Hoje, representa uma economia de R$ 754,4 mil para a empresa e uma redução de 78.300 metros cúbicos (m³) por ano no volume do insumo. “Essa água é utilizada na torre de resfriamento e movimentação mecânica, por exemplo. É uma eficiência de recursos financeiros e um compromisso para a sustentabilidade do mundo”, destacou Luciana Costa, coordenadora de Sustentabilidade da FCA, grupo da Jeep.
Na produção de cerveja da Ambev também foi montada uma estratégia para gerar economia e sustentabilidade. Nos últimos 20 anos, a empresa reduziu em 50% a quantidade de água usada na fabricação da bebida, principalmente na área que lava garrafas retornáveis. Um pilar fundamental foi criado para conseguir esse resultado positivo. “Criamos campanhas de meio ambiente e treinamentos de conscientização com todos os funcionários”, explicou Filipe Barolo, gerente de Sustentabilidade da Cervejaria Ambev.
A outra prática criada na fábrica da Ambev, em Itapissuma, na RMR, foi uma parceira com uma usina de cana localizada próximo à indústria. “Usamos a água na produção, tratamos e em vez de lançar ao rio, entregamos para uma usina, que não precisa captar água do planeta”, complementou Barolo, ao informar que a operação envolve 2 mil m³ de água por dia.
Na confecção de jeans, o insumo entra na lavagem do material. A Lavanderia Mamute, de Toritama, no Agreste, reaproveita cerca de 70% da água. “Desde 2000 eu tenho esse sistema funcionando porque quando instalei a máquina para a lavagem do jeans, percebi que a cidade só tinha alguns dias de água para fazer a lavanderia funcionar”, explicou o diretor da Mamute, Edilson Tavares, durante a Agreste Tex, feira de indústria têxtil, que acontece até hoje em Caruaru. O evento, que acontece no Polo Comercial de Caruaru, reúne empresas que discutem o impacto ambiental e o reuso da água.