Embraer vence leilão disputado pelo Vard Promar
Consórcio Águas Azuis, subsidiária do Grupo Embraer, vai construir quatro as corvetas da Marinha
O Consórcio Águas Azuis, formado pela thyssenkrupp Marine Systems, Embraer Defesa & Segurança e Atech, subsidiária do Grupo Embraer, foi selecionado pela Marinha do Brasil para a construção de quatro navios de defesa no Programa CCT - Corvetas Classe Tamandaré, negócio orçado em R$ 6,4 bilhões. Com isso, o desejo da diretoria do estaleiro Vard Promar, em Suape, de contratar cerca de mil trabalhadores para suprir a demanda da construção, caso vencesse a concorrência, foi mais uma vez adiado. Porém, isso não deve significar o fim das atividades da indústria naval no Estado.
“Lamentamos muito por não termos ganhado a licitação, mas isso não terá impacto imediato no nosso planejamento”, afirma o presidente do Vard Promar, Guilherme Coelho. Ele descarta fechar as portas do estaleiro pertencente ao grupo italiano Fincantieri, que funciona dentro do Porto de Suape e já chegou a ter um efetivo com 1,7 mil funcionários. “Vamos manter o quadro atual de funcionários, composto por 90 trabalhadores, que atuam na atividade de reparo dos navios construídos pelo estaleiro”, garante.
Para o Governo de Pernambuco, que acreditava que o Vard fosse o grande vitorioso do processo, só resta lamentar o resultado do certame. “Apesar de entender que era uma empresa privada concorrendo a essa licitação, estávamos esperançosos e achávamos que o nosso projeto era o melhor. Ainda não temos muitos detalhes de como foi feita essa escolha, por isso estamos tentando entender o que aconteceu para ver o que ocasionou a preferência pelo consórcio vencedor”, comentou o presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, Leonardo Cerquinho.
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Vard Promar na disputa pelas corvetas da Marinha
Vale lembrar que há quinze dias o Governo de Pernambuco registrou, no plenário do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), uma contestação ao benefício concedido por meio de um decreto estadual do Governo do Estado de São Paulo de redução de ICMS em operações de fornecimento de insumos para estaleiros. Com o decreto, de nº 64.123/19 aquele Estado pretendia gerar para si condições que lhe favorecessem na concorrência pública para a construção das corvetas classe Tamandaré para a Marinha, estimado em US$ 1,6 bilhão (cerca de R$ 6,4 bilhões).
Mas nem o apelo do governo paulista garantiu a preferência da Marinha, que optou pelo consórcio formado em parceria com empresa instalada no estado de Santa Catarina. “Estamos muito honrados pela Marinha do Brasil nos confiar a missão de construir as Corvetas Classe Tamandaré. Fazer parte do Programa CCT reforça nossa posição de liderança e as tecnologias comprovadas que oferecemos ao setor de defesa naval em todo o mundo por quase dois séculos”, destaca Rolf Wirtz, CEO da thyssenkrupp Marine Systems. “Esta parceria trará empregos altamente qualificados e tecnologia para o Brasil, fortalecendo a sua indústria de defesa”, completa Wirtz.

