Sáb, 06 de Dezembro

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NEGÓCIOS

Empresa de Eduardo Saverin, brasileiro cofundador do Facebook, 'está de malas' para o Catar

B Capital é uma das seis empresas de 'venture capital' que planejam abrir escritórios no país

Iate de luxo ancorado em Doha, no CatarIate de luxo ancorado em Doha, no Catar - Foto: Andrej Isakovic / AFP

A B Capital, de Eduardo Saverin, brasileiro que é um dos mais ricos do mundo e fundador do Facebook, está entre as seis empresas de venture capital que planejam estabelecer escritórios em Doha, à medida que o Catar intensifica seus esforços para alcançar seus pares que já atraíram empresas financeiras globais.

A Autoridade de Investimentos do Catar (QIA, na sigla em inglês) investirá na B Capital — fundada por Saverin e pelo ex-investidor da Bain Capital, Raj Ganguly — por meio de seu programa 'fundos de fundos' — também conhecidos como FOFs (sigla para o original em inglês “funds of funds”) ou “Fundos de Investimentos em Cotas” (FIC) , segundo um comunicado.

O veículo de investimentos voltado para tecnologia administra mais de US$ 7 bilhões e já financiou a startup de aprendizado de máquina DataRobot, a corretora de criptomoedas FalconX e a empresa de software de análise de clientes Pendo.

A Deerfield Management, uma empresa de investimentos focada em saúde com cerca de US$ 15 bilhões em ativos, também deve receber financiamento da QIA, que lançou um programa de US$ 1 bilhão no ano passado para desenvolver o ecossistema de venture capital e apoiar startups locais. Os detalhes sobre o tamanho do investimento ainda não foram divulgados.

O fundo já investiu em outras quatro empresas, incluindo a londrina Utopia Capital Management, como parte dessa iniciativa. Todas elas abrirão escritórios ou sedes no Catar.

Os concorrentes regionais do Catar, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, também têm usado investimentos de seus fundos soberanos para atrair empresas globais para seus centros financeiros. Nos últimos anos, vários fundos de hedge de destaque estabeleceram escritórios em Abu Dhabi e Dubai, transformando os Emirados Árabes Unidos em um polo emergente para a indústria.

Da mesma forma, a Arábia Saudita atraiu as sedes regionais de diversas empresas de Wall Street após introduzir políticas que tornaram essa presença obrigatória para certos contratos governamentais.

Além do Catar, o Kuwait também começou a atrair empresas estrangeiras. A BlackRock está explorando planos para abrir um escritório no país, segundo a Bloomberg News.

Com um patrimônio de US$ 510 bilhões, a QIA deve crescer significativamente nos próximos anos, impulsionada pela expansão da produção de gás do Catar. Seu novo CEO, Mohammed Al Sowaidi, traz vasta experiência nos Estados Unidos, o que pode ajudar o fundo a navegar pelas dinâmicas da presidência de Donald Trump.

Nos últimos cinco anos, a QIA aumentou seus investimentos nos EUA, em parte para reequilibrar seu portfólio, reduzindo a exposição à Europa. A entidade tem investido em setores como tecnologia e saúde e planeja novas alocações na Ásia e nos EUA, com foco em digitalização e infraestrutura.

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