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Dívidas

Endividamento no Recife recua em março de 2025, aponta PEIC

Recorte local da Fecomercio-PE mostra redução de 2,2 pontos no total de lares com dívidas e discreto avanço nas contas em atraso

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada em março de 2025, indica uma leve recuperação no perfil financeiro das famílias recifenses. Em março, o total de famílias endividadas em Recife foi de 81,2%, representando uma redução de 2,2 pontos percentuais em relação a fevereiro de 2024. 

Paralelamente, a taxa de inadimplência, medida pelo percentual de famílias com contas em atraso, alcançou 27,1%, um acréscimo de 0,1 ponto percentual em comparação com o período anterior. Os dados são do recorte local da análise feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), pela Federação do Comércio de Bens, Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomercio/PE). 

Renda

A pesquisa mostra diferenças entre as faixas de renda. As famílias com renda de até 10 salários mínimos continuam a enfrentar maiores dificuldades, com índices de inadimplência atingindo 35,7%, enquanto entre aquelas com renda superior a 10 salários mínimos o percentual se mantém em patamares bem inferiores, em torno de 8,9%. Além disso, o percentual de famílias que afirmam não ter condições de quitar suas dívidas no próximo mês caiu para 12,2%, uma tendência de melhoria no equilíbrio orçamentário.

Comparado ao cenário de março de 2024, no qual os índices de endividamento e inadimplência eram de 80,7% e 29,3%, respectivamente, o relatório de março de 2025 evidencia um esforço das famílias em sair da inadimplência e reduzir o uso do cartão de crédito como principal fonte de endividamento, passando de 94,4% para 88% dos endividados.

Bernardo Peixoto, presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac Pernambuco afirma que o recuo no índice de endividamento e movimento lateral da inadimplência é um sinal positivo.

“Esse sinal é reforçado pelo fortalecimento do mercado de trabalho formal – como mostrado no Caged pelo saldo positivo de 7.588 novos postos em fevereiro em Pernambuco – que contribui para a recuperação econômica. No entanto, os desafios persistem, especialmente para as famílias de menor renda, que continuam enfrentando dificuldades para honrar seus compromissos financeiros. É importante intensificar ações de educação financeira e ampliar o acesso a condições de crédito mais favoráveis".

Segundo Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE, a nova modalidade de crédito consignado ao trabalhador pode representar um risco a longo prazo. 

"Ao incentivar o endividamento em outras áreas e comprometer uma parcela maior da renda. Esse cenário exige monitoramento contínuo para evitar que a inadimplência se expanda nos próximos meses e prejudique o consumo das famílias".

 

 

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