Estaleiro Atlântico Sul afirma que apresentará plano de pagamento de débitos em abril
Assembleia dos credores não quis colocar pedido de falência em discussão hoje
A assembleia dos credores do Estaleiro Atlântico Sul aprovou hoje que toda e qualquer decisão só deverá ser tomada no próximo dia 16 de abril, quando o Estaleiro se comprometeu a apresentar o seu plano de pagamento de débitos. Durante a assembleia, os representantes do EAS informaram que a situação econômica da empresa vem evoluindo desde que foi aprovado o seu processo de recuperação judicial.
O pedido de falência que seria apresentado pela Engita Naval Construções sequer entrou na pauta, uma vez que o adiamento foi votado antes.
A proposta da credora tem como base uma decisão do juiz Eduardo José Loureiro Burichel, da 2ª Vara Cível de Ipojuca, que reconhece o fato de a companhia estar ocultando seu patrimônio do alcance de seus credores através de uma outra empresa, chamada Consunav Rio Consultoria e Engenharia – de propriedade do próprio Estaleiro.
Um dos exemplos da melhoria do EAS foi a conclusão, com sucesso, dos reparos realizados em três embarcações e que quatro novos contratos nessa área já estão fechados para 2021. Além disso, a companhia concluiu o ano com um caixa de R$20 milhões acima do previsto, fruto de um trabalho de redução de custos e da obtenção de receitas acima do esperado. O trabalho em um novo nicho de mercado, o da reparação e manutenção de navios, é uma das apostas da empresa para conseguir pagar os credores. Além disso, a companhia já se credenciou para atuar no processo de desativação de plataformas de petróleo.
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Segundo o advogado do Estaleiro, Felipe Câmara, “a Engita estaria visando um benefício individual, em detrimento do conjunto de credores, e que as acusações propostas derivam apenas do fato de o estaleiro ser o controlador da Consunav e que nunca houve nenhuma ilegalidade ou indício de fraude entre as duas empresas”. Já a presidente do estaleiro, Nicole Terpins, afirmou em nota que “os credores têm constatado que reduzimos custos, zeramos acidentes de trabalho e tivemos receitas acima do previsto e assim estamos com o caixa melhor do que prevíamos. O pedido de transformação da recuperação judicial em falência é desprovido de qualquer sentido e a votação praticamente unanime da assembleia de credores mostra isso. Era um interesse individual querendo prevalecer sobre o interesse coletivo”.

