Ex-funcionários dos EUA pedem à Suprema Corte que não remova governadora do Fed
Presidente Trump disse há um mês que removeria Cook do cargo por acusações de fraude hipotecária.
Um grupo de ex-secretários do Tesouro dos Estados Unidos, ex-presidentes do banco central e outros líderes da economia instaram nesta quinta-feira (25) a Suprema Corte a não permitir que Donald Trump destitua uma governadora do Federal Reserve (Fed).
No total, 18 personalidades que ocuparam cargos econômicos de alto nível apresentaram ao tribunal um texto em apoio à governadora da Fed Lisa Cook.
Permitir a destituição de Cook expõe o banco central americano a influências políticas, advertiram no texto.
O presidente Trump disse há um mês que removeria Cook do cargo por acusações de fraude hipotecária.
Cook é a primeira mulher negra a integrar a diretoria do Fed.
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Embora um tribunal de apelações tenha determinado que ela poderia permanecer no cargo por enquanto, Trump recorreu à Suprema Corte para demiti-la.
"Fazer isso exporia o Federal Reserve a influências políticas, enfraquecendo assim a confiança pública na independência do Fed e colocando em perigo a credibilidade e eficácia da política monetária dos Estados Unidos", argumentaram.
Entre os que lançaram o alerta estão os ex-presidentes do Fed Ben Bernanke e Alan Greenspan.
Entre os ex-secretários do Tesouro estão Janet Yellen, que serviu na administração de Joe Biden, e Henry Paulson, que atuou no governo de George W. Bush.
"Manter o status quo enquanto se determina a legalidade da destituição, em contrapartida, serviria ao interesse público ao proteger a independência e a estabilidade do sistema que rege a política monetária", disseram.
Os economistas enfatizaram que o Congresso concebeu o Fed como uma entidade independente e separada das pressões políticas.
Separadamente, os advogados de Cook advertiram que permitir sua destituição imediata "indicaria aos mercados que o Fed já não desfruta de sua tradicional independência".

