Ter, 23 de Dezembro

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Famílias empresárias trocam experiências no Conselho de Lideranças

Iniciativa reúne sucessores para debater desafios reais da gestão nas empresas familiares

Foto: divulgação

O Conselho de Lideranças Familiares da CFEG Recife oferece para seus membros a possibilidade de discutir, com transparência, desafios da sucessão, da gestão e da convivência entre família e empresa - sempre a partir de histórias reais.

O mais jovem integrante do grupo, Arlindo Lins, 29 anos, dos Postos Pichilau, afirma que participar do Conselho significa “olhar para o futuro” do próprio negócio.

Embora formalmente atue há cinco anos na empresa, ele cresceu dentro do ambiente corporativo da família e afirma que essa imersão moldou sua percepção sobre gestão e legado. “Fazer parte de uma empresa familiar é diferente, pois os valores da família se confundem com os da empresa”, explica.

Para Arlindo, estar ao lado de profissionais que representam a segunda e a terceira geração de suas empresas pode ampliar sua preparação para a liderança.

“A troca de experiências com esse grupo tem tudo para ser valiosa, inspiradora e profunda. Eu vou conseguir antecipar problemas e, com resiliência e minha bagagem familiar, vou me preparar melhor para superar os obstáculos que ocorrem em todos os negócios”, afirma.

Ele acrescenta que ouvir os relatos dos colegas vai permitir revisitar a própria história. “Vou poder ver como meus pais e tios se sentiram diante dos desafios que enfrentaram.”

A empresária Roberta Ávila Maranhão, 45 anos, da Clínica Lucilo Ávila, reforça a percepção de que o Conselho proporcionar um tipo de aprendizado que dificilmente é encontrado em cursos tradicionais.

“O grupo é muito específico e, apesar das idades distintas, estamos todos na mesma página”, afirma. Para ela, a riqueza do processo está na experiência compartilhada. “Teremos uma troca de vivências que supera o que é absorvido com a teoria. No grupo, vamos falar da vida como ela é, da prática. O trabalho que desenvolvemos vai ter um resultado tangível.”

Roberta destaca que o Conselho contribui diretamente para o amadurecimento da sucessão. Ao mesmo tempo, ela reconhece a força da nova geração presente no grupo. “Essa geração que já nasceu conectada é ágil, argumenta de igual para igual, conquista seu espaço de fala com naturalidade.

Trabalhar com pessoas jovens traz ganhos enormes, eles são muito informados”, avalia. Roberta também aponta a importância da separação entre pessoa física e jurídica na estrutura da empresa, medida que considera essencial para a profissionalização e organização do negócio familiar.

A experiência dos integrantes reflete o propósito do Conselho de estimular protagonismo e fortalecer a governança das empresas familiares, aponta a CFEG.

Criado oficialmente em novembro, o grupo reúne 12 representantes de famílias empresárias convidadas, todos já atuantes nos negócios, mas ainda sob a liderança da geração anterior. Ao longo de 2026, os encontros serão trimestrais.

Segundo Elane Cabral, sócia regional da CFEG, o Conselho foi desenhado para oferecer um ambiente seguro e confidencial, no qual sucessores possam compartilhar dilemas e construir soluções coletivas.

Também sócio regional, Antônio Jorge Araújo ressalta que a participação é limitada a um membro por família, o que torna o grupo diverso e favorece conexões de valor entre os participantes.

Com a iniciativa, a CFEG fortalece sua atuação no Nordeste e amplia o apoio às empresas familiares - um dos pilares da economia regional. Para os integrantes, porém, o maior impacto já se revela no presente: a oportunidade de aprender, refletir e amadurecer coletivamente, preparando-se com mais segurança para os futuros desafios da liderança.

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