Força de trabalho feminino no Brasil ainda é baixa
Mulheres representam 49% da força de trabalho, mas ocupam 24% dos cargos de liderança do mundo. No Brasil, o número chega a 37%.
Apesar de representarem 49% da força de trabalho, as mulheres ocupam apenas 24% dos cargos de liderança no mundo. No Brasil, a porcentagem chega a 37%, ainda abaixo do ideal, considerando que a maior parcela da população é feminina. Um estudo da consultoria Lee Hetch Harrison (LHH), em parceria com a HR People + Strategy, constatou que a baixa representatividade feminina também é ruim para os negócios: o desempenho financeiro das empresas com diversidade de gênero é melhor em até 21%.
O assunto foi discutido no II Fórum de Mulheres na Liderança, realizado nessa quarta-feira (21) pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-PE) com a ONU Mulheres.
“A gente tem ainda um ingresso muito grande de mulheres na faculdade, mas isso não se espelha no mercado de trabalho. Há um ingresso semelhante na base da pirâmide das empresas, em torno de 50%. Mas quando as mulheres vão crescendo em cargos de liderança, gestão e diretoria, isso vai se afunilando. A maior dificuldade não é só entrar na organização, mas construir uma carreira. E se for olhar o recorte de etnia, o número de mulheres negras nesses cargos é ainda menor”, analisou Fabiana Soares, vice-presidente da ABRH-PE.
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Firmando compromisso com a pauta da equidade, empresas assinam o documento Princípios de Empoderamento das Mulheres delineado pela ONU Mulheres. O termo estabelece sete diretrizes que servem como orientações às organizações que desejam alavancar a liderança feminina na corporação. E não são poucas: 82% das empresas acreditam que este é um ponto crítico para os negócios, ainda de acordo com o estudo.
"As empresas do futuro têm que ter esse fator da diversidade para vivenciarem as características que influenciem na lucratividade delas", pontuou Adriana Carvalho, gerente da plataforma.
Uma das signatárias é a própria LHH. Após análise dos resultados da pesquisa, a empresa desenvolveu soluções para auxiliar outras organizações a acelerar o desenvolvimento de líderes mulheres.
Segundo Mariângela Schoenacker, diretora de operações, as empresas com sucesso na questão tratam de três elementos: “Elas têm uma cultura inclusiva, práticas organizacionais que facilitam a equidade de gênero, e praticas que incidam no comportamento da mulher e do líder que trabalha com mulheres”, falou. “A gente trabalha primeiro a mulher, fortalecendo sua autoestima. Nossa educação não favoreceu isso. Então a gente tem um projeto que ajuda, através de coaching, seminários, workshops que podem ser organizados dentro das empresas para ajudar a fortalecer o potencial da mulher para crescerem na carreira”, disse.

