Seg, 22 de Dezembro

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DECLARAÇÃO

Haddad admite em evento do PT que governo tem base "frágil" no Congresso

Ministro Fernando Haddad também destacou que o Brasil se encontra "fora da curva" em relação ao resto do mundo por razões políticas

Fernando Haddad, ministro da FazendaFernando Haddad, ministro da Fazenda - Foto: Diogo Zacarias/MF

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) reconheceu em um evento do PT nesta sexta-feira (1°) que o governo Lula tem um apoio "frágil" no Congresso.

— A gente não pode perder de vista, apesar dos enormes problemas que a gente enfrenta no dia a dia. E não é fácil, aqui não vai crítica a ninguém, estamos em um governo que tem uma base frágil no Congresso, uma base que é construída praticamente todos os dias. Queria registrar, a pedido do presidente, é que apesar de todos esses obstáculos nós estamos conseguindo executar o nosso plano de governo — disse Haddad.

Dirigentes do PT vão se reunir em Brasília desta sexta-feira (1º) domingo (3), quando o novo presidente da sigla, Edinho Silva, tomará posse.

Mais cedo, Haddad havia chamado de "ótima" a fala em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abriu caminho para um possível contato com o presidente Lula sobre o tarifaço de 50% imposto pelos EUA aos produtos brasileiros.

— Acho ótimo, e a recíproca tenho certeza que é verdadeira também. O presidente Lula estaria disposto a receber um telefonema dele quando ele quisesse também. Conforme já disse anteriormente é muito importante a gente preparar essa conversa — disse Haddad ao deixar o Ministério da Fazenda.

O ministro disse que manteve novos contatos com a equipe do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, e que uma reunião mais longa e focada na decisão "unilateral" de Washington sobre as tarifas deve ocorrer na próxima semana.

— Ainda não tem data fixada. Penso que reunião com Bessent é muito importante. Entendemos que relações comerciais não devem ser afetadas por politica. Nós estamos trabalhando no sentido de nos aproximarmos, reestabelecermos a mesa de negociação, talvez fazer uma reunião presencial.

Ele também destacou que o Brasil se encontra "fora da curva" em relação ao resto do mundo por razões políticas, mas defendeu que as relações comerciais não devem ser afetadas por avaliações políticas de qualquer natureza.

— Nós entendemos que as relações comerciais não devem ser afetadas por avaliações políticas de qualquer natureza — disse Haddad.

Trump disse mais cedo que Lula pode ligar para ele "quando quiser". A afirmação foi dada em resposta a uma pergunta da repórter Raquel Krähenbühl, da TV Globo, sobre a possibilidade de diálogo entre os dois líderes.

— Ele pode falar comigo quando quiser — disse o republicano.

Perguntado sobre a tarifa de 50% aplicada contra produtos brasileiros, Trump não deu detalhes, mas afirmou que "as pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada". Apesar da crítica, Trump disse que "ama o povo do Brasil" e evitou antecipar qualquer medida.

— Vamos ver o que acontece — afirmou.

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