Sex, 05 de Dezembro

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Tecnologia

Huawei avança em processadores de IA para driblar sanções dos EUA e desafiar domínio da Nvidia

Em meio a restrições rigorosas do governo americano que bloqueiam acesso a chips avançados, empresa chinesa aposta em tecnologia própria para fortalecer a indústria de semicondutores e reduzir dependência estrangeira

Huawei testa novo processador de inteligência artificial Ascend 910D, buscando superar limitações impostas pelas sanções dos EUA Huawei testa novo processador de inteligência artificial Ascend 910D, buscando superar limitações impostas pelas sanções dos EUA  - Foto: Divulgação/Huawei

A Huawei Technologies, da China, está se preparando para testar um novo e poderoso processador de inteligência artificial chamado Ascend 910D, que a empresa espera que possa substituir alguns produtos da americana Nvidia, segundo reportagem do Wall Street Journal.

A companhia, sediada em Shenzhen e líder em redes e eletrônicos, demonstra com esse avanço a resiliência da indústria chinesa de semicondutores diante das restrições impostas pelo governo Trump, que bloqueou o acesso da China a equipamentos ocidentais essenciais para a fabricação de chips.

Para testar a viabilidade técnica do novo chip, a Huawei já contatou algumas empresas chinesas de tecnologia, embora o desenvolvimento ainda esteja em fase inicial e precise passar por uma série de testes para avaliar seu desempenho e prepará-lo para o mercado.

A expectativa é que a nova geração dos processadores Ascend seja mais potente que o H100 da Nvidia, um chip popular para modelos avançados de IA lançado em 2022.

Além do Ascend 910D, a Huawei planeja iniciar remessas em massa do processador Ascend 910C para clientes chineses já no próximo mês, segundo fontes próximas ao assunto.

O 910C é uma evolução arquitetônica que combina dois chips 910B em um único componente, oferecendo desempenho comparável ao H100 da Nvidia.

Essa iniciativa ocorre em um contexto em que os EUA restringiram a venda do chip H20 da Nvidia para a China, buscando limitar o avanço tecnológico chinês, especialmente em aplicações militares.

A Huawei e outras startups chinesas vêm tentando desenvolver alternativas para garantir o avanço da tecnologia local em IA, apesar das limitações impostas pelas sanções americanas, que incluem o bloqueio da venda dos chips mais avançados da Nvidia e o acesso a componentes essenciais para a fabricação desses semicondutores.

A empresa também aposta na inferência — etapa do processamento de IA em que modelos treinados geram respostas — como um segmento estratégico para ampliar sua participação no mercado chinês, apoiada por incentivos governamentais para reduzir a dependência dos chips Nvidia.

Em resumo, a Huawei está avançando no desenvolvimento de chips de IA que possam rivalizar com a Nvidia, buscando testar e lançar processadores potentes que atendam à demanda chinesa, em meio a um cenário de restrições comerciais e geopolíticas que impulsionam a autonomia tecnológica da China no setor de semicondutores.

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