Indústria francesa de vinho teme impacto 'brutal' das tarifas dos EUA
"O impacto dessa medida será ainda mais brutal, pois está acompanhado pela queda do dólar americano", lamenta presidente da FEVS
A Federação de Exportadores de Vinhos e Licores Franceses (FEVS) alertou, nesta sexta-feira (1º), para o impacto "brutal" que as tarifas dos Estados Unidos e a queda do dólar podem causar, e instou a França e a União Europeia a "continuar as negociações".
Os EUA e a UE alcançaram no último fim de semana um acordo comercial que define que a maioria das exportações do bloco europeu será submetida a uma tarifa de 15% nos Estados Unidos.
"O impacto dessa medida será ainda mais brutal, pois está acompanhado pela queda do dólar americano", lamentou o presidente da FEVS, Gabriel Picard, em um comunicado.
Leia também
• Emprego nos EUA tem pior resultado desde a pandemia. Trump reage: culpa juros do BC de Powell
• Manifestantes protestam contra o tarifaço de Trump em frente ao consulado dos EUA, em São Paulo
• Acordo entre Reino Unido e EUA é exemplo para Embraer pleitear tarifa zero a seus produtos
Para Picard, o efeito combinado poderia levar a uma redução das vendas de vinhos e licores de até 25% nos Estados Unidos, o que representa perdas de cerca de 1 bilhão de euros (6,4 bilhões de reais, na cotação atual).
Essa queda nas exportações poderia afetar 600 mil empregos da indústria, estimou o comunicado.
A União Europeia afirmou na quinta-feira que espera que o setor de vinhos seja impactado, mas indicou que continua negociando para conseguir uma isenção.
O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, disse na quinta-feira que seu país deseja obter "garantias" para seus vinhos e licores.
"Esperamos poder nos beneficiar de uma isenção e estamos pressionando nossas autoridades políticas" francesas para que consigam que a Comissão Europeia direcione a negociação nesse sentido, declarou nesta sexta à rádio RMC o presidente do sindicato dos viticultores independentes da França, Jean-Marie Fabre.

