Seg, 22 de Dezembro

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Economia

Marcas saem em defesa das causas sociais

Atentas às demandas do mercado consumidor, empresas abraçam causas sociais, como a LGBT

Doceria Delikata hasteou a bandeira do movimento gay nas suas três lojas e publicou manifesto sobre o tema na internetDoceria Delikata hasteou a bandeira do movimento gay nas suas três lojas e publicou manifesto sobre o tema na internet - Foto: Divulgação

Quando a Suprema Corte dos Estados Unidos legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todos os estados americanos, o Facebook criou uma ferramenta que permitia aos usuários colorir suas fotos de perfil com as cores do arco-íris, em referência à bandeira universal do movimento LGBT. Era antevéspera do 28 de junho de 2015, e o próprio CEO da empresa, Mark Zuckerberg, aderiu à estilização do avatar, uma declaração pungente de apoio às reivindicações de igualdade da sigla.

No dia do Orgulho LGBT de 2017, marcas pernambucanas usaram as redes sociais para demonstrar que estão atentas às novas demandas do público consumidor: produtos que cumpram função social. A loja online de design autoral Muma declarou empatia e respeito às diferenças. E a doceria Delikata saiu do armário: sua postura frente ao preconceito nunca seria de omissão, mesmo que posicionar-se significasse perder clientes.

“O que deve sustentar a relação entre marca e cliente é a experiência de consumo, e o produto é apenas um ingrediente. As empresas que não trabalharem a questão emocional vão ficar pra trás. As empresas que se posicionarem de forma genuína vão estar bem à frente”, assinala o diretor-sócio da doceria Clayton Rodrigues. Esse não foi o debut da Delikata no fórum das questões que exigem posicionamento. Um mês antes, a rede havia comunicado também pelo Facebook que só uma de suas três lojas abriria as portas - e apenas para entregar encomendas -, em validação e incentivo aos protestos contra as reformas trabalhista e da Previdência.

Autor do texto que foi ao ar dois dias atrás, Rodrigues entende, no entanto, que apenas simular a adesão à causa não serve. “Tem empresas que fazem de maneira artificial. Mas os clientes percebem. A Delikata se posiciona, e vai se posicionar cada vez mais, porque é algo que já faz parte do brand da empresa.” O publicitário conta que a comunicação a favor da causa LGBT vem sendo cuidadosamente fomentada há muito tempo. Quando contratou uma funcionária transexual para o atendimento, a empresa estudou o tratamento adequado para possíveis crises junto ao público.

Mercado
Não é somente por amor à bandeira que marcas decidem dialogar com o prisma colorido. Segundo a associação internacional Out Leadership, o potencial financeiro do segmento LGBT no Brasil é estimado em R$ 418,9 bilhões. No cenário nacional, a Coca-Cola, por exemplo, promoveu ação que disponibilizou latinhas do principal rótulo da empresa com Fanta Laranja dentro. Lia-se nas latas “Essa Coca é Fanta, e daí?” A diretora de comunicação da marca no Brasil Marina Peixoto, declarou em nota: "Acreditamos que movimentos como este geram orgulho e ajudam a construir a nova cultura tão positiva que queremos".

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