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Montadora GAC dá primeiro passo para desenvolver motor flex no país e acirra disputa entre chineses

Companhia fechou acordos com universidades brasileiras; empresa investir R$ 6 bilhões nos próximos cinco anos no Brasil

A disputa das montadoras chinesas BYD e GWM pelo mercado automotivo brasileiro vai esquentar.A disputa das montadoras chinesas BYD e GWM pelo mercado automotivo brasileiro vai esquentar. - Foto: Reprodução/Internet

A disputa das montadoras chinesas BYD e GWM pelo mercado automotivo brasileiro vai esquentar. A GAC Motor (quinta maior fabricante de veículos da China) começa dar os primeiro passos no país, onde pretende investir US$ 1 bilhão (R$ 6 bilhões) nos próximos cinco anos.

Nesta quinta, a GAC assinou acordos de cooperação técnica com três universidades brasileiras (Federal de Santa Maria, Federal de Santa Catarina e Unicamp) para pesquisa e desenvolvimento de tecnologia de um motor híbrido-flex localmente.

— Temos tradição na indústria automotiva da China e o avanço tecnológico está em nosso DNA. Essa parceria com as universidades tem como objetivo desenvolver produtos, como os motores flex, e serviços para aumentar a competitividade da indústria automotiva brasileira no mercado global — disse Alex Zhou, CEO da GAC no Brasil.

Nos planos da montadora estão construção de fábrica, centro de Pesquisa e Desenvolvimento e também armazéns de peças. A GAC temn um centro de pesquisas na China, com 5 mil especialistas de 15 países. A empresa foi fundada em 1997 e tem sede na cidade de Guangzhou, na província de Guangdong. No ano passado, a montadora produziu 2,5 milhões de veículos, entre elétricos, hibridos e a combustão.

— Somos a primiera montadora com linha de pesquisa, desenvolvimento e produção de veículos a combustão, elétricos e híbridos — disse Wei Haigang, presidente da GAC Internacional, lembrando que a parceria terá um investimento de R$ 120 milhões nos próximos cinco anos e faz parte do pacote total de recursos para o Brasil.

A GAC usa duas sub-marcas. A Trumpchi, que vende modelos a combustão e, em mercados internacionais, substitui seu logotipo pelo da própria GAC. Também opera com a marca Aion, de veículos elétricos e híbridos.

Na China, o grupo tem joint-ventures com as japonesas Honda e Toyota. A GAC tem 110 mil funcionários e quer se expandir no exterior, com objetivo de vender 4,75 milhões de unidades/ano até 2030. No exterior, a GAC oferece SUVs como GS3, GS4 e GS8, e a minivan M6 Pro. Pela Aion, a montadora tem os elétricos Aion V e Aion Y Plus).

A expansão internacional começou em 2021. Hoje está presente em regiões como Oriente Médio, Europa, Ásia, África e na América Latina, onde tem presença em locais no Chile, Bolívia e Panamá.

BYD anuncia novidades
Nesta semana, a BYD também anunciou novidades para sua operação no Brasil. A montadora já desenvolveu seu motor hídrido-flex, combinando uso de motor elétrico e a gasolina e etanol. O projeto contou com a colaboração de mais de cem engenheiros, entre chineses e brasileiros.

A marca também divulgou que a produção na unidade de Camaçari, na Bahia, deve começar no Carnaval, em março de 2025. Os motores flex 1.5 vão equipar o Song Pro, mas a produção deve começar com os modelos Dolphin Mini. A BYD estima que a nacionalização das peças chegue a cerca de 60% em cinco anos, incluindo as baterias.

A montadora promete contratar 10 mil funcionários para a unidade entre janeiro e agosto do ano que vem. O cronograma prevê a abertura de 2 mil vagas em janeiro, 3 mil em maio e 5 mil em agosto.

"Estamos construindo um grande centro de P&D, treinando engenheiros e técnicos locais para liderarem em inovação", disse em nota Stella Li, CEO Américas e Europa e vice-presidente executiva global da BYD.

Em novembro, a BYD vendeu 12.308 veículos no país, um novo recorde. A marca trouxe veículos elétricos com preços mais baixos que a concorrência, a partir de R$ 115 mil (Dolphin Mini).

Em todo o mundo, a BYD vendeu 504.003 veículos de passeio apenas no mês de novembro, um crescimento de 67,2% em relação ao mesmo número do ano passado. O total de vendas em 2024 já chega a mais de 3,7 milhões de unidades. O objetivo da companhia é estar entre as três maiores montadoras do país nos próximos cinco anos.

GWM começará a produzir Haval
A GWM, que também pretende se tornar global, inaugurará sua primeira unidade em maio de 2025, no Brasil, tamb[em considera o país estratégico para sua expansão. O mercado brasileiro só fica atrás de Rússia e Austrália nas vendas da narca no exterior, disse ao GLOBO o presidente internacional da GWM, Parker Shi.

O primeiro veículo a ser fabricado no país será o SUV Haval 6. A partir de 2026, apenas a produção local abastecerá o mercado brasileiro. A GWM quer nacionalização de 60% dos componentes até 2026, uma meta considerada ousada por especialistas. O Haval de mais barato tem preço inicial de R$ 229 mil.

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