Sáb, 06 de Dezembro

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Tarifaço

Motta reclama de "ingerência em assuntos internos de outros países" às vésperas de tarifa de Trump

Presidente dos EUA citou situação judicial do ex-presidente Bolsonaro em carta que anuncia taxação de 50% sobre o Brasil

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, em sessão na Câmara para votar projeto que cancela decreto do governo que elevou o IOFPresidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, em sessão na Câmara para votar projeto que cancela decreto do governo que elevou o IOF - Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), reclamou nesta terça-feira do que classificou como “medidas comerciais unilaterais para fins protecionistas e para ingerência em assuntos internos de outros países”.

A fala acontece a três dias da implementação do tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o comércio brasileiro.

O presidente norte-americano chegou a criticar investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal no caso da trama golpista, na carta que anunciou as tarifas.

– No domínio comercial, aprovamos a Lei de Reciprocidade Econômica. Com ela, o Brasil tem ferramentas adequadas para responder a práticas discriminatórias em relação aos produtos brasileiros. É uma resposta serena, mas firme, em linha com a nossa profunda preocupação com o uso de medidas comerciais unilaterais para fins protecionistas e para ingerência em assuntos internos de outros países – disse Motta ao participar da abertura de uma reunião de presidentes de Parlamento, sediada em Genebra, na Suíça.

No início de julho, Trump enviou uma carta endereçada ao presidente Lula anunciando que taxaria em 50% as mercadorias brasileiras.

Ele ligou essas taxas à condução do Supremo na ação penal que processa Bolsonaro por articular uma trama golpista para mantê-lo no poder. De acordo com o anúncio de Trump, as tarifas devem começar a ser colocadas em prática a partir de sexta-feira.

O chefe da Câmara também disse que “a razão e o entendimento devem prevalecer sobre a força e o confronto” e citou projetos e propostas analisadas pela Câmara, como o projeto que regulamenta a Inteligência Artificial e o marco regulatório do hidrogênio verde.

– Como principais guardiões da democracia em nossos países, temos de ser também os arquitetos de um futuro em que a razão deve prevalecer sobre a força, em que o entendimento deve substituir a confrontação, em que construamos pontes e não muros.

Motta também usou o discurso para falar sobre a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP), que irá acontecer em Belém em novembro.

– A COP30, que o Brasil, junto com a ONU, terá a honra de sediar na cidade de Belém do Pará em novembro, será ocasião para mostrarmos ao mundo, uma vez mais, o papel central do Parlamento brasileiro na agenda do desenvolvimento sustentável.

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