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Análise Ceplan

BNB terá mais R$ 10 bilhões para infraestrutura em 2025

O terceito painel do Análise Ceplan 2024 discutiu as Perspectivas de Financiamento e Investimento em Infraestrutura

Participantes do terceiro painel da Análise Ceplan 2024: Paulo Guimarães, da Ceplan; Maria Fernanda Coelho, do BNDES, Paulo Câmara, do BNB; Karla Betoco, da Jive Mauá Capital e Marco Buzzo, da CEFParticipantes do terceiro painel da Análise Ceplan 2024: Paulo Guimarães, da Ceplan; Maria Fernanda Coelho, do BNDES, Paulo Câmara, do BNB; Karla Betoco, da Jive Mauá Capital e Marco Buzzo, da CEF - Foto: Foto: Movimento Econômico

O presidente do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara, afirmou que a instituição vai ter mais R$ 10 bilhões para financiar a infraestrutura da região em 2025. Ele foi um dos palestrantes do evento Análise Ceplan 2024 que ocorreu na tarde desta quarta-feira (27) no auditório da Torre 5 do Shopping RioMar, zona sul do Recife. Com o tema Desafios da Infraestrutura Física e Digital, o seminário foi fruto de uma parceria entre a Ceplan Consultoria e o Movimento Econômico.

“O banco aplica em infraestrutura, em média, cerca de R$ 10 bilhões na região. As parcerias que estamos firmando com organismos internacionais vão trazer a oportunidade de mais R$ 10 bilhões. Isso vai dar condições de atendermos mais demandas que temos hoje de infraestrutura na região, principalmente em energias renováveis e hidrogênio verde”, explica Paulo Câmara, que participou do terceiro painel do seminário que abordou as Perspectivas de Financiamento e Investimento em Infraestrutura no Nordeste.

Ainda no mesmo painel, estavam o economista e sócio da Ceplan Consultoria, Paulo Guimarães; a diretora Financeira e de Crédito do BNDES, Maria Fernanda Coelho; a diretora da Jive-Mauá Capital, Karla Bertoco; e o superintendente nacional da Caixa Econômica Federal (CEF), Marco Buzzo. O evento contou com três painéis.

O Análise Ceplan tem o patrocínio do Complexo Industrial Portuário de Suape, Caixa Econômica Federal (CEF), Banco do Nordeste, Agemar/Dix Aeroportos, Grupo Moura, Superintendência do Desenvolvimento do Nordesste (Sudene) e Sindicato dos Operadores Portuários. O evento também contou com o apoio da Folha de Pernambuco.

Na sua apresentação, Paulo Câmara disse que o setor de saneamento básico recebeu financiamentos de R$ 4,2 bilhões de 2023 para cá pelo BNB. “Isso representou 10 vezes o que foi executado pelo entre 2019 e 2022. O banco sabe da importância da melhoria da infraestrutura no Nordeste e das oportunidades que ocorrem a partir do momento que a infraestrutura melhora”, comentou o presidente do BNB.

Inclusive, nesta quinta-feira (28), o BNB assina, o termo aditivo que vai possibilitar o empréstimo de R$ 3,6 bilhões com recursos do Fundo do Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) para as obras do trecho cearense da Ferrovia Transnordestina.

BNDES: falta informação

A diretora Financeira e de Crédito do BNDES, Maria Fernanda Coelho, contou que o banco de desenvolvimento fez um acordo com a Caixa Econômica Federal e vai operar os recursos do FGTS da ordem de R$ 12 bilhões. Deste total, R$ 6 bilhões serão destinados para saneamento e R$ 6 bilhões para mobilidade. Segundo a executiva, as contratações do BNDES cresceram 11% no Nordeste com a carteira alcançando R$ 12 bilhões, comparando os nove primeiros meses deste ano com o ano de 2023. “No mesmo período, os desembolsos cresceram 33%”, revelou.

Ainda no painel, Maria Fernanda citou alguns desafios, como por exemplo, superar a falta de informação (das empresas) de como acessar as linhas de crédito da instituição. “São 20 mil empresas na região cujo faturamento é superior a R$ 100 milhões”, contou, acrescentando que a intenção da instituição é ´”diminuir as assimetrias para alavancar ainda mais o crédito na região”.

Marco Buzzo, superintende nacional da Caixa, disse o Brasil tem oportunidade de assumir posição relevante na construção de data center e o Nordeste é estratégico. A demanda de energia para data center é estratosférica e a gente vê a oportunidade que o Nordeste oferece em congregar investimentos em energia renovável, com apelo à sustentabilidade, associada a essa capacidade de geração e tratamento de dados. É preciso agora colocar essa lideranças empresariais da região na mesa com os investidores, porque essa necessidade não é para daqui a alguns anos, é imediata. Isso é importante porque a verba do investidor privado vem se somar a da Caixa, BNB e BNDES”, disse.

Karla Bertoco, diretora do fundo Jive-Mauá Capital, disse que isso é importante porque os fundos não têm a mesma capilaridade dos bancos públicos, mas podem fazer parceria no investimento. “Mas precisamos ter segurança jurídica para que os investidores cheguem porque eles estão machucado com o fatos do passados”, disse.

A infraestrutura e o desenvolvimento do NE

A secretária estadual de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha, Ana Luiza Ferreira, presente no evento, argumentou que discutir os temas abordados no seminário é “fundamental” para o desenvolvimento da região. “O evento inovou ao trazer informações não só de Pernambuco, mas do Nordeste como um todo. Foi importante ver que nenhum painel deixou de falar de meio ambiente numa visão de desenvolvimento sustentável”, resumiu.

A CEO do Movimento Econômico, Patrícia Raposo, atestou que a iniciativa atraiu o empresariado para um debate urgente. E complementou: “Não ficamos só nas críticas. As mesas de debates apontaram desafios e caminhos, inclusive com dirigentes dos principais bancos de fomento do país discutindo sobre linhas de crédito e perspectivas regionais. A presença de empresários nos debates foi importante porque são eles quem sentem as dores e têm autoridade para apontar problemas. E sugerir soluções”.

E, por último, o sócio da consultoria Ceplan, Paulo Guimarães, que conduziu o terceiro debate, citou questões abordadas no evento que podem ajudar a melhorar a infraestrutura no Nordeste, como “a questão da governança, a coordenação dos bancos públicos, a retomada do Comitê Regional das Instituições Financeiras Federais (Coriff), uma participação consorciada das instituições dividindo os riscos numa ação coordenada”. E concluiu: que estas ações poderiam contemplar “uma série de projetos que deveriam ser prioritários para que saíssem do papel”.

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