Nvidia cai mais de 6% com restrição de importação de chips à China
Papéis reagiam a mais um capítulo da guerra comercial iniciada por Donald Trump
As ações da Nvidia chegaram a cair 6,2% após a abertura das negociações desta quarta-feira. Os papéis da gigante fabricante de chips de inteligência artificial, que compõem o índice Nasdaq, reagiam às restrições impostas pelo governo americano anunciadas na terça-feira.
Ontem, a empresa informou que a Casa Branca criou restrições de exportação do seu chip H20 para a China, exigindo da big tech uma licença para ser exportado ao país.
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Em relatório, a Nvidia informou que "autoridades disseram que as novas regras tratam de preocupações de que os produtos abrangidos possam ser usados ou desviados para um supercomputador” no país asiático.
Ainda no comunicado, a Nvidia alertou que a determinação do governo de Donald Trump pode causar aproximadamente US$ 5,5 bilhões em encargos durante o primeiro trimestre fiscal, relacionados a “estoques, compromissos de compra e reservas associadas” ligados à linha H20.
Diante da escalada do tom em mais um capítulo da guerra comercial, a decisão fez com que as principais Bolsas de Nova York abrissem a quarta-feira em queda.
Às 10h45, o Dow Jones caía 0,82%, aos 40.039 pontos; o S&P 500 cedia 1,44%, aos 5.319 pontos, enquanto o Nasdaq, que concentra papéis de tecnologia, perdia 2,25%, aos 16.440 pontos. A onda de vendas nas ações do setor nos últimos três meses já eliminou cerca de US$ 2 trilhões em valor de mercado das empresas de semicondutores.
Para além da restrição à Nvidia, analistas apontam que os resultados de pedidos da ASML adicionaram incertezas às expectativas de lucros das empresa de tecnologia.
“Embora a ASML tenha entregue resultados em linha com a receita esperada, ela decepcionou os investidores em um momento em que a incerteza penaliza esse tipo de resultado”, disse Ben Barringer, analista de tecnologia da Quilter Cheviot.
Somado às mais recentes restrições de exportação sobre os chips da Nvidia, “tudo isso só aumenta a infinidade de dores de cabeça enfrentadas pelos CEOs do setor de tecnologia neste momento, sem sinal de que as dificuldades irão acabar tão cedo”, disse o analista à agência Bloomberg.

