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Investimento

Obras de arte como uma opção de investimento

O investimento em obras de arte com potencial de valorização pode representar uma boa oportunidade de diversificação das carteiras, sobretudo no Brasil

Sócios da Número Galeria, Lúcia Costa Santos, Eduardo Gaudêncio e Ricardo LyraSócios da Número Galeria, Lúcia Costa Santos, Eduardo Gaudêncio e Ricardo Lyra - Foto: Divulgação

Que obras de arte têm um indiscutível valor cultural, e são representações do espírito de um tempo, todos sabem. Mas há outra dimensão importantíssima desses bens: arte é uma forma de investimento e construção de patrimônio. Desde a época do Egito Antigo, obras de arte vêm sendo utilizadas como ativo patrimonial, simbolizando riqueza e status. Guerras já foram travadas em torno delas e Napoleão, ao invadir a Itália no século 18, trouxe para casa uma série de obras dos grandes mestres da Renascença.

O cenário é bem mais complexo hoje em dia. Há uma ampla gama de galerias de arte, feiras e leilões, em um mercado altamente profissional e múltiplo. No primeiro semestre de 2021, o mercado de arte contemporânea disparou, com US$ 2,7 bilhões em vendas em leilão registradas entre junho de 2020 e junho de 2021, de acordo com a Artprice. O número deveu-se em grande parte a um crescimento das vendas online e ao aumento de jovens colecionadores ansiosos por investir em arte.

Este boom ficou especialmente evidente com as vendas de US$ 2,6 bilhões apenas durante a temporada de leilões de novembro em Nova York. Uma análise dos relatórios sobre o mercado de arte das grandes consultorias globais mostra um aumento médio de 130% no valor da arte contemporânea e tendência de alta nas vendas de gravuras e fotografias, bem como das vendas on-line.

E não pense que comprar arte é apenas para milionários. A Número Galeria, dos sócios Lúcia Costa Santos, Eduardo Gaudêncio e Ricardo Lyra, é especializada em obras múltiplas, pensadas para serem reproduzidas num determinado número de cópias, com tiragens maiores ou menores, e consequentemente mais acessíveis. "Se uma obra única de Kilian Glasner, por exemplo, pode chegar a R$ 100 mil, um múltiplo custa cerca de R$ 5 mil", explica Ricardo. 

E, assim, como as peças únicas, os múltiplos também se valorizam com o tempo podendo chegar a valer 50 vezes mais seu preço de compra. "Temos 'O Livro do Armazém", do artista plástico pernambucano Marcelo Silveira, por exemplo, que quando foi lançado em 2014, com uma tiragem de 100 exemplares, custava 135 reais. Hoje ele vale R$ 7 mil", conta Eduardo. 

Além do tempo, outros fatores podem fazer uma obra se valorizar, como a escassez. Cerca de um ano após um incêndio que atingiu um galpão em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, que guardava obras de arte de diversos artistas e galerias, duas obras de Marcelo Silveira dobraram de valor. As obras são as únicas sobreviventes da série Caleidoscópio, que integrou sua exposição Chronos, em 2012. As duas peças estão disponíveis na Número Galeria.  

Se animou e resolveu investir em arte? "O primeiro passo é começar a frequentar exposições em museus e galerias", ensina Lúcia. "Fique de olho nos nomes que aparecem nas galerias de arte virtuais também, investir em artes de artistas emergentes é uma boa opção para aquelas pessoas que já tem um olhar mais crítico sobre as obras e consegue perceber quando um artista será valorizado".

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