Pet food é a novidade no mercado dos bichos de estimação
Recife está ganhando dois novos negócios do segmento de alimentação para animais com foco em produtos mais saudáveis: a Bonnapet e a Pet’s Padaria
Com os animais de estimação sendo cada vez mais considerados membros da família, a demanda maior por serviços e produtos tem feito do mercado pet um dos que mais crescem no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o mercado brasileiro é o terceiro maior do mundo, com faturamento de R$ 20,3 bilhões em 2017, atrás apenas dos Estados Unidos e Reino Unido. O número revela crescimento de 7,9% em relação a 2016, quando faturou R$ 18,9 bilhões. E uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que, para 79,2% dos donos de cachorros, gatos ou roedores, a alimentação saudável é o principal item a ser proporcionado. Em Pernambuco, empreendedores têm inovado no setor de pet food para aproveitar esse nicho de mercado.
A empresária Lígia Albuquerque, 28 anos, idealizadora da Bonnapet, é exemplo disso. Há três meses, ela opera a loja por delivery especializada em alimentação saudável para cachorros. O projeto está dando tão certo que o negócio cresceu e a sua primeira loja física foi inaugurada semana passada no Espinheiro. Mas a história começou muito antes, cinco anos atrás, quando Lígia passou a preparar as refeições da cachorrinha Milly. “Vi os problemas de saúde que ela foi tendo com a idade, todos associados ao que ela comia e percebi a necessidade de repensar sua alimentação. Sempre tive disposição de me aventurar na cozinha, então fui pesquisando e adaptando as receitas para cachorros. Foi quando resolvi fazer a Bonnapet”, conta. Hoje com 17 anos, Milly apresenta ótima saúde para a idade. Para Lígia, esse é o principal benefício da comida natural para os cães. “Com alimentação natural a gente consegue prolongar a expectativa do bichinho, de três anos até a genética do cachorro permitir. Além de viver mais, eles vivem melhor”, pontua Lígia.
Um dos diferenciais da Bonnapet é a seleção de alimentos orgânicos livres de agrotóxicos, diferente da fórmula das rações encontradas em supermercados. “A ração tem muito transgênico, conservante, substâncias industrializadas. O que para a gente é ruim, no cachorro tem resposta ainda pior”, explica. “A gente não pensa que a ração vai de encontro com o que o cachorro comeria se estivesse livre na natureza”, ressalta.
Com um investimento inicial de R$ 4 mil, Lígia apostou em cursos com veterinários, treinamento, material de cozinha e alimentos para viabilizar o projeto. O valor não retornou ainda, mas a perspectiva é otimista. “A gente acha que esse ano já consegue”, revela. A empresa é composta por Lígia e o sócio Rafael Daltro, que cuida do marketing e da parte estrutural do negócio.
Outra novidade no Recife é a primeira padaria para animais no Nordeste. A Pet’s Padaria vai comercializar alimentos naturais e saudáveis para todos os tipos de animais domésticos - cão, gato, roedores, cágado, peixes, répteis e aves. Com experiência no ramo industrial da alimentação saudável para humanos, a empresária à frente do projeto, Carlota Aymar, viu no mercado pet a oportunidade de expandir negócios. “Esse mercado cresce na contramão da crise”, conta. “Viver o universo gastronômico não é nada estranho para mim, é algo muito familiar. Agora, estou vivendo-o no modo animal”.
O preparo dos produtos adaptados para pets passa pelo mesmo controle de qualidade, garante a empresária. “É a mesma proposta de cuidados e tradição. Até brinco que nossos alimentos são testados em humanos. Tudo que eles comem a gente pode comer”, revela. O empreendimento contou com um investimento de R$ 100 mil , valor que a empresária prevê que retorne em um ano e meio. Inicialmente, o negócio vai gerar dez empregos diretos e indiretos.
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A padaria abrirá as portas no Shopping RioMar no próximo dia 5 de julho. Apesar do mall ainda não ser considerado um estabelecimento pet friendly, Carlota acredita se tratar de uma questão de tempo. “É um processo natural. No piso térreo, já existe a opção de alugar carrinhos para passear com cachorro dentro do espaço”, detalha.