Sáb, 06 de Dezembro

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Petróleo fecha em queda apesar da prorrogação da trégua comercial EUA-China

O preço do barril de Brent do mar do Norte para entrega em outubro recuou 0,77%

Produção de petróleoProdução de petróleo - Foto: Bruno Domingos/Direitos Reservados

Os preços do petróleo fecharam em queda nesta terça-feira (12), sem se beneficiarem da prorrogação da trégua tarifária entre Washington e Pequim, enquanto os operadores seguem preocupados com um excesso de oferta no futuro.

Após uma primeira parte da sessão operando no azul, o preço do barril de Brent do mar do Norte para entrega em outubro recuou 0,77%, situando-se em 66,12 dólares.

Seu equivalente americano, o barril de West Texas Intermediate para entrega em setembro, caiu 1,24%, a 63,17 dólares.

O presidente americano, Donald Trump, assinou, na noite de segunda-feira, um decreto que prorroga por 90 dias a trégua comercial com a China, que expirava nesta terça.

A China fez o mesmo, o que significa que a sobretaxa cobrada pelos Estados Unidos aos produtos chineses se manteve em 30%, enquanto os impostos de Pequim aos produtos americanos seguem em 10%.

"Este acordo é importante para o mercado de matérias-primas, pois reduz o risco de que a economia chinesa se estagne por completo no outono (boreal)", afirmou Arne Lohmann Rasmussen, analista da Global Risk Management.

No entanto, os preços do petróleo continuam enfrentando fatores persistentes de baixa, "entre os quais se incluem um aumento significativo da oferta da Opep+ e (...) uma série de dados econômicos decepcionantes nos dois maiores países consumidores de petróleo, Estados Unidos e China", assinalou Carsten Fritsch, do Commerzbank.

"À medida que se aproxima o outono (no hemisfério norte), isto poderia criar um excesso de oferta ainda maior no mercado petroleiro", avalia o analista.

Há alguns dias, os preços do petróleo se beneficiaram da hipótese de uma diminuição da oferta russa, devido às ameaças de sanções feitas por Trump.

Opep mantém previsões de maior demanda 
Também nesta terça, a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) manteve suas previsões de crescimento da demanda mundial de petróleo para este ano e alterou levemente para cima os prognósticos para 2026, impulsionados pelo crescimento da economia mundial, enquanto diminui a incerteza causada pelas tarifas americanas.

Segundo o relatório mensal da Opep, a demanda de petróleo deveria aumentar em 1,3 milhão de barris diários (mbd) em 2025 e em 1,4 mbd em 2026, situando-se, respectivamente, em 105,1 mbd e 106,5 mbd.

A organização informou que "as previsões de crescimento econômico mundial para 2025 foram revistas levemente em alta, até 3,0%, enquanto as de 2026 se mantêm em um sólido 3,1%".

Segundo o informe, a demanda em 2025 deveria ser impulsionada pelos países fora da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com um aumento aproximado de 1,2 mbd - especialmente na Índia e na China -, frente a 0,1 mbd para os membros da OCDE, que reúne principalmente países desenvolvidos.

Para 2026, a Opep prevê que o aumento da demanda mundial de petróleo seja de 1,2 mbd fora da OCDE e de aproximadamente 0,2 mbd dentro da OCDE.

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